Paraná

Arte de rua

Em Curitiba, artistas de rua farão ato cultural contra repressão da prefeitura

A manifestação será com apresentações de bandas na Boca Maldita, nesta sábado

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
De acordo com os músicos, os problemas se intensificaram desde o início da Gestão Greca (PMN)
De acordo com os músicos, os problemas se intensificaram desde o início da Gestão Greca (PMN) - Igor Moura

A banda curitibana Néctar Terrestre tocava suas músicas autorais no calçadão da Rua XV de Novembro quando um fiscal da prefeitura interrompeu a apresentação, desligando a caixa de som dos instrumentos sem sequer conversar com os músicos. Poucos dias antes, o grupo tocava na Rua Trajano, às 20h30 de um sábado, quando nove viaturas impediram o encerramento do show gratuito. Esse foi o estopim para que os integrantes da Néctar Terrestre (Wallace dos Santos, Pietro Zanatta e Vinícius Ferreira), junto com Igor Moura, do coletivo de artistas La Casa Beltramin, organizassem ato de resistência cultural para denunciar a repressão aos artistas de rua.

Para o baixista da Néctar Terrestre, Wallace dos Santos, os fiscais estão assumindo uma postura ditatorial. “Acredito que existe um movimento para barrar todo tipo de arte de rua”, opina. Mesmo com alvará para tocar entre 10h e 22h, a banda tem as apresentações interrompidas. Os fiscais finalizam o som dizendo que alguém reclamou anonimamente por telefone.

O artista plástico Igor Moura afirma que uma única denúncia não configura como perturbação da ordem pública e critica as ações desproporcionais dos agentes da prefeitura, como as nove viaturas enviadas para a Rua Trajano durante o show da Néctar Terrestre.

O problema se intensificou a partir do início do ano, período que coincide o início da gestão de Rafael Greca (PMN) à frente da prefeitura. Wallace opina que a Câmara de Vereadores conservadora de Curitiba influencia para o aumento da repressão. Ele defende que a arte de rua deveria ser incentivada pela prefeitura, como uma forma mais democrática de ocupar o espaço público. “Para quem trabalha de segunda a segunda, sai do escritório no horário de almoço e encontra uma banda tocando”.

O próximo ato a favor das manifestações artísticas na rua acontece no sábado (29), na Boca Maldita, com atrações musicais, poetas e artesãos.

Edição: Daniel Giovanaz