Paralisação

Confira o resumo parcial da greve geral no Paraná

Dezenas de movimentos populares do campo e da cidade paralisaram em diversas cidades do estado

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

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Franciscanos da Ordem dos Freis Menores participam do ato da greve geral em Curitiba (PR)
Franciscanos da Ordem dos Freis Menores participam do ato da greve geral em Curitiba (PR) - Gibran Mendes

No Paraná, 92 categorias aderiram à mobilização contra as reformas trabalhista e previdenciária do governo golpista de Michel Temer (PMDB). Na capital, Curitiba, ao menos 20 categorias estão paralisadas, e um protesto reuniu cerca de 20 mil pessoas pela manhã e início da tarde na cidade.

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Ainda na capital, franciscanos da Ordem dos Freis Menores (OFM) participam da caminhada para fortalecer o papel da Igreja contra as reformas do governo Temer. Eles dizem estar em defesa da dignidade humana, zelando pela vida e pelo bem comum.

"Nós franciscanos, como membros da Igreja Católica, em comunhão com todas as pessoas do Brasil, viemos para as ruas. Não lutar por partidos, não por ideologias, mas lutar por quem precisa, pelas pessoas que não têm voz, pelas pessoas que têm poucos direitos. Então, venham para as ruas, vamos juntos lutar por um Brasil melhor, por um Brasil mais digno", disse o Frei Matheus José Borsoi, de Campo Largo (PR).

Trabalhadores

Petroleiros e petroquímicos paralisam as plantas da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) e Fafen Fertilizantes, também bloquearam a rodovia BR 476, em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. Já o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (Simec) realizou assembleia na frente da planta da Volvo caminhões.

 


(Foto: Diego Sanches)

Em Londrina, norte do estado, os trabalhadores do transporte coletivo paralisaram a circulação dos ônibus. As linhas retornaram a circular a partir das 12 horas. Além disso, foi realizada uma manifestação em apoio à greve geral no terminal Central Urbano da cidade, na avenida Leste-Oeste.

No Sudoeste do Paraná, cerca de 600 pessoas do campo e da cidade fecharam a BR 163, na altura da ponte de Marmelândia, que liga os municípios de Realeza ao de Capitão Leônidas Marques. São trabalhadores rurais de toda a região, professores da rede estadual de ensino e técnicos e professores da Unidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Às 17h também está previsto um ato no centro da cidade de Realeza.

(Foto: Ariel Tavares)

Paulo Czekalski, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pérola do Oeste, destaca a importância dos trabalhadores do campo e da cidade se unirem para barrar as reformas de Michel Temer: "Estamos vivendo um ataque muito grande ao direitos dos trabalhadores, que nós conquistamos no decorrer da história, direitos que estão na Constituinte de 88. E não somos só nós trabalhadores rurais, mas também os trabalhadores urbanos. O país todo está em luta e nós, aqui na região, queremos dialogar com a sociedade, com o comércio e com aquele trabalhador que ainda não tem noção da perda de seus direitos".

Bárbara Hermann, dirigente da APP Sindicato da cidade de Francisco Beltrão, destacou a presença dos professores neste dia de greve geral e lembrou do 29 de Abril de 2015, dia em que trabalhadores da educação e servidores públicos do Paraná foram atacados no Centro Cívico, em Curitiba. 

"Trabalhadores do campo e da cidade do Sudoeste do Paraná, por conta de um governo golpista que não se preocupa com a sua população, estão reunidos para não perder seus direitos. Quero lembrar também que hoje faz dois anos que começou o massacre do governo Beto Richa [PSDB] contra a Previdência dos funcionários públicos do Paraná. Se a população do campo e da cidade está na rua é por conta de um governo opressor e militarizado", afirmou. 

(Foto: Saori Honorato)

Em Ponta Grossa, centenas de pessoas marcharam pelo Centro da cidade. O ato reuniu professores e servidores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e da educação pública do estado, junto a servidores da saúde estadual, metalúrgicos e integrantes do Fórum em Defesa da Previdência. Para Rosangela Petuba, professora da UEPG o 28 de abril ficará marcado como “um dia vitorioso para a classe trabalhadora”. 

Mais de 10 mil pessoas participaram da mobilização em Cascavel, no oeste do Paraná, que ocorreu no Calçadão da Avenida Brasil, em frente à Catedral. 

 

(Foto: Júlio Carignano) 

No ato em Guaíra, que reuniu trabalhadores dos municípios de Marechal Cândido Rondon, Palotina, Assis Chateubriandt e Toledo, cerca de 200 pessoas participaram da manifestação, entre professores e servidores de universidades públicas e escolas estaduais, também trabalhadores do saneamento, servidores públicos municipais, trabalhadores rurais e dos Correios.

Em Laranjeiras do Sul, cerca de 300 trabalhadores sem-terra trancaram a BR 159, no trevo de acesso à Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). O trancamento começou por volta da 9h e a previsão dos organizadores é que siga até 16h.

Edição: Luiz Felipe Albuquerque