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Alimentos começam a chegar para 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária

MST estima que evento contará com 250 toneladas de produtos oriundos de assentamentos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Segunda edição ocorre no mesmo local da primeira: Parque da Água Branca, localizado na região oeste da capital paulista
Segunda edição ocorre no mesmo local da primeira: Parque da Água Branca, localizado na região oeste da capital paulista - Joka Madruga

Os preparativos para a realização da 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária estão em seu momento final. Os alimentos que devem ser expostos no evento começaram a chegar à cidade de São Paulo (SP) nestas terça (2) e quarta-feira (3).

Promovida pelo MST, o Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, a Feira contará com 250 toneladas de alimentos produzidos em assentamentos da organização. A exposição dos produtos ocorre no Parque da Água Branca, Região Oeste da capital paulista, a partir desta quinta-feira (4) e finalizando no domingo (7).

Além da comercialização de alimentos, o evento conta com debates, apresentações culturais e shows de música.

De acordo com Antonia Ivoneide Melo Silva, dirigente nacional e integrante do setor de produção do MST, 800 sem-terra estarão trabalhando na Feira. Os produtos serão expostos em 34 tendas, representando 23 estados de todas as regiões do país.

Silva destaca o envolvimento da militância do movimento, lembrando que algumas pessoas estão se deslocando mais de 3 mil quilômetros para chegar a São Paulo. Para ela, tanto esforço é fruto da consciência da importância deste momento.

“A Feira é um dos principais espaços de diálogo entre o camponês e a população da cidade, de uma forma concreta: a produção dos assentados. Nela nós mostramos o resultado da reforma agrária. Traz também o debate em torno da alimentação saudável. Hoje há uma enorme insegurança sobre onde e como é produzido nosso alimento. A Feira não é um grande mercado. É um espaço de convivência cultural, no qual a cultura camponesa vem para a cidade, e a cultura da cidade vai aos camponeses. É muito importante para se contrapor à proposta de produzir mercadorias, e não alimentos”, diz.

Raymundo Costa, integrante do MST do Maranhão, relata os desafios para participar da Feira, como é o caso da distância e do transporte dos produtos.

“Só do Maranhão, estamos levando cinco toneladas de nossos principais alimentos: abóbora, inhame, maracujá, mamão, mel de abelha, polpas de fruta e bastante queijo. A maior dificuldade é de logística: do Maranhão a São Paulo não se faz em menos 30 horas de viagem”, afirma.

A delegação do Maranhão, junto com produtores das cidades de Belém e Marabá, no Pará, percorreram parte do caminho juntos, após se concentraram no município maranhense de Imperatriz. As dificuldades de transporte limitaram o envio de mais alimentos produzidos nestes estados.

No entanto, Costa garante que os estados das regiões Norte e Nordeste participaram com força no espaço conhecido como Culinária da Terra, em que serão servidos pratos da culinária típica de cada local. O sem-terra garante que a população de São Paulo poderá saborear pratos típicos das regiões, como “panelada, chambari do boi, arroz de cuxá, pato no tucupi, maniçoba, tacacá e açaí com peixe”.

Edição: Mauro Ramos