Comida boa

Aprenda com os sem-terra duas receitas da Feira da Reforma Agrária

Participantes da feira nacional ensinam as receitas típicas de arroz de pequi e cocada de maracujá

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Feira ocorre até este domingo (7), no Parque da Água Branca, no bairro Barra Funda
Feira ocorre até este domingo (7), no Parque da Água Branca, no bairro Barra Funda - Reprodução MST

Entre as cores, cheiros e sabores da segunda edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, que ocorre até domingo no Parque da Água Branca, em São Paulo, sem-terra ensinaram suas receitas mais tradicionais à reportagem da Radioagência Brasil de Fato.

No Assentamento Dom Tomás de Balduíno, em Goiás, é comum a produção, conserva e comercialização do Pequi, como explica Suerdi Ribeiro, que participa há um ano e meio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST ).

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Embora em outros estados a fruta possa até ser encontrada, é no cerrado que a produção mais se destaca. Suerdi, que há mais de 20 anos trabalha como cozinheira, afirma que a fruta tem usos diversos, desde produção de geleia ao sabão.

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A receita mais cotidiana com o pequi, e que é encontrada na Feira da Reforma Agrária, é o arroz. E Suerdi afirma que o preparo não tem segredo: a única e principal dica é refogar, antes de mais nada, o pequi, alho, cebola e sal a gosto no azeite. Depois, é só cozinhar o arroz como de costume.

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“Nem todo mundo gosta de pequi. Mas, a gente que é de Goiás, ama o gosto do pequi. Já a gueroba é um pouco mais amarga".

Depois do arroz com pequi, a receita da sobremesa é paranaense. E quem ensina é Leonardo Rosa Ferreira, que mora há um ano no Acampamento Herdeiros da Luta, no Paraná. Ele vende o doce de porta em porta e também em festas e eventos no estado.

"Não é porque sou é eu que faço, não, mas é respeitada".

Ele usa coco que ele mesmo rala. Em uma panela separada, ele dissolve o açúcar com a água e o suco do maracujá e coloca para cozinhar em fogo baixo.

Como faz a mesma receita há anos, Leonardo faz tudo a base do olho. Mas, para quem quer repetir em casa, ele dá o referencial de quatro medidas de coco para uma de açúcar. Depois, é só cozinhar até chegar o ponto.

"Você sente que ela engrossou, que a massa está mais pesada. Não é fraco bem forte demais. É um ponto neutro para aguentar vários dias e ter uma cocada macia. Se você errar o ponto, em três dias a cocada está uma pedra".

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Quando a massa está no ponto, o passo seguinte é forrar uma mesa com plástico e pingando as cocadas, uma por uma, para dar forma. Daí é só esperar elas secarem.

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Na segunda Feira Nacional da Reforma Agrária, as cocadas feitas no mesmo dia pelo paranaense é encontrada pelo valor de R$ 5 cada.

Edição: Brasil de Fato