Incentivo à leitura

Com seis mil livros, a Biblioteca Solidária chega a mais de 200 crianças em Londrina

Bairro Vista Bela tem de 18 mil habitantes e depende de projeto solidário para auxiliar crianças em contraturno escolar

Londrina |
Idealizadora do projeto cobra apoio da prefeitura para ampliar a iniciativa
Idealizadora do projeto cobra apoio da prefeitura para ampliar a iniciativa - Pamela Oliveira

Após se deparar com assassinato à queima roupa de um adolescente pela Polícia Militar, Joseleide Baptistella decidir botar a mão na massa e agir no bairro onde vive há cinco anos. Com a intenção de dar novas oportunidades às crianças e ajudar redefinir a imagem estigmatizada da região, ela fundou a Biblioteca do bairro Vista Bela. Um ano depois e com muitas dificuldades, o projeto conta com seis mil livros, que dão asas à imaginação de 212 crianças regularmente atendidas.

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Em uma casa de dois cômodos, sete voluntários fornecem reforço de português e matemática, aulas de música, canto, literatura, inclusão digital, oficinas manuais e dança. Mas o espaço precário limita as possibilidades de atuação do Projeto, que atende no contra turno apenas a 2,5% das crianças do bairro.

Em busca de ampliação, o Projeto Vista Bela organizou junto à prefeitura a plantação de uma Horta Solidária em um terreno desocupado que pertence ao município. No evento de inauguração da Horta, o vice-prefeito João Mendonça (PMDB) negou que sabia do interesse do Projeto em construir uma sede no local.

Mendonça ainda declarou que é um “milagre” a condução das atividades e sinalizou que “a Prefeitura deve [buscar] construções para que [as crianças] não fiquem em um espaço tão pequeno”. A idealizadora do projeto afirmou que a concessão do terreno já havia sido sinalizada pela prefeitura em encontros anteriores e lamentou o posicionamento do Vice-Prefeito.

O Vista Bela

Criado a partir da realocação de 12 mil pessoas pelo “Minha Casa, Minha Vida”, o Vista Bela já é um dos maiores bairros de Londrina. Após cinco anos de existência, são 18 mil habitantes, sendo quase 8 mil crianças e adolescentes, que não possuem serviços básicos de saúde, assistência social ou educação no local, e precisam se deslocar e sobrecarregar os serviços nos bairros vizinhos.

Edição: Ednubia Ghisi