EDUCAÇÃO

Eleições nas escolas estaduais do Rio enfrentam resistência das atuais direções

Segundo o Sepe, em algumas escolas, diretores pedem cancelamento das eleições após professores grevistas vencerem

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Uma das reivindicações da greve dos professores e das ocupações dos alunos foram eleições democráticas para a direção dos colégios
Uma das reivindicações da greve dos professores e das ocupações dos alunos foram eleições democráticas para a direção dos colégios - Pablo Vergara

As eleições para a direção das escolas da rede estadual não têm sido bem recebidas. Em alguns colégios, as chapas vencedoras formadas por professores grevistas estão enfrentando resistência das atuais direções, que pedem cancelamento das eleições, segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe).

No ano passado, professores entraram em greve por mais de cinco meses e os alunos organizaram as ocupações das escolas. Uma das reivindicações dos movimentos foram eleições democráticas para a direção dos colégios. Até então, a direção era indicada pela Secretaria Estadual de Educação (Seeduc).

“Muitas vezes, os indicados não tinham nenhuma ligação com a escola, mas sim com a Seeduc. As eleições foram um dos ganhos dos movimentos, não podemos deixar que nos tirem o que conquistamos”, afirma Carolina Dias, professora da Escola Aspirante Francisco Mega, em Magalhães Bastos, zona oeste do Rio.

Os colégios que foram ocupados tiveram eleições em 2016. No restante da rede, as eleições acontecem ao longo deste ano. Na Escola Francisco Mega aconteceram há duas semanas. A chapa formada por professores grevistas ganhou, em seguida, o atual diretor entrou com recurso para cancelar o processo. Após cobrança do Sepe, o processo não foi para frente.

“O Sepe tem cobrado da Seeduc que garanta a legitimidade do processo eleitoral. Quem tem poder para interferir é a comissão eleitoral. Não podem ficar querendo cancelar o processo depois de feito”, afirma a coordenadora do Sepe, Dorotéa Santana. Até o fechamento desta matéria a Seeduc não retornou ao Brasil de Fato.

Edição: Vivian Virissimo