Tensão

Venezuela anuncia Constituinte para o final de julho

Oposição classifica definição como "golpe"e convoca apoiadores a desconhecer o processo

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
Eleições da Venezuela em 2013; Maduro convoca Constituinte para julho deste ano
Eleições da Venezuela em 2013; Maduro convoca Constituinte para julho deste ano - Joka Madruga

A quebra de braço entre governo e oposição se intensificou nos últimos quatro dias na Venezuela, principalmente depois de o presidente Nicolás Maduro apresentar ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), na terça-feira (23), sua proposta de Assembleia Nacional Constituinte. Com ela, 540 deputados constituintes poderão se eleger para modificar a carta magna do país.

Horas depois de receber o documento de Maduro, à noite, a presidenta do CNE, Tibisay Lucena, anunciou que as eleições da Constituinte estão previstas para o final de julho e a de governadores e assembleias legislativas, para 10 de dezembro.

No momento do anúncio, houve panelaço em vários locais de Caracas. A falta de definição de uma data para as eleições regionais era uma das mais fortes críticas da oposição.

Nesta quarta-feira (24), os partidos de oposição acordaram a cidade com barricadas que complicaram o trânsito no leste da cidade, foco principal das manifestações. Eles prometem chegar até o CNE.

O líder da oposição e governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles Radonski, qualificou as bases da Constituinte como "um golpe de Estado" e chamou o povo a desconhecer o processo.

"Definitivamente, essa constituinte é uma fraude porque serão eleições setoriais, não serão eleições proporcionais nos estados, segundo suas populações. Assim mesmo, dentro dos setores do país, há trabalhadores de empresas públicas, do Estado, dos conselhos comunais, pessoas do setor educacional público que dependem do Governo", disse em informe à imprensa.

As estações do metrô do leste da cidade foram fechadas às 8h30, assim como linhas de ônibus integradas. Desde sábado passado (20), esta é a terceira manifestações da oposição em Caracas.

Edição: Camila Rodrigues da Silva