A democratização dos meios de comunicação pode até parecer um tema difícil de entender a um primeiro olhar, mas é uma pauta fundamental para o avanço da sociedade.
Isso porque o tema diz respeito ao acesso à informação, que é considerado um direito humano, infelizmente tão esquecido no Brasil.
E o problema está justamente na concentração dos veículos de imprensa.
Para se ter uma ideia, cerca de oito famílias controlam os principais meios de comunicação do país. Ele ficam com o monopólio da opinião pública e divulgam apenas os assuntos que são de interesse da elite que patrocina jornais e canais de tevês.
E o problema fica ainda mais dramático quando o assunto é a relação desses meios de comunicação com a política.
Segundos dados do coletivo Intervozes, 32 deputados federais e oito senadores são controladores diretos de meios de comunicação.
Isso sem contar com os veículos que são controlados por alguém da família, por laranjas, etc. E isso é proibido no Brasil!
Aí a gente já sabe que esses meios ficam sujeitos aos interesses particulares desses políticos, não é verdade?
É por isso que se vê, por exemplo, uma clara diferença de tratamento dado a políticos.
Uma pesquisa recente do site Poder 360 mostrou que, das mais de quatro horas de reportagens publicadas pelo Jornal Nacional sobre as delações da Odebrecht, 33 minutos foram só sobre o ex-presidente Lula, enquanto 29 minutos foram dedicados a três tucanos juntos – Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin.
E quem perde com esse desequilíbrio todo não são somente as pessoas que se veem injustiçadas pela mídia, não.
Perdemos eu, você, todos nós, que continuamos sem ter acesso à informação de qualidade e produzida de maneira responsável.
A democratização dos meios de comunicação passa, então, pela desconcentração desses veículos, porque se trata de assegurar a pluralidade de ideias, a diversidade social e cultural, que é são tão marcantes no nosso país.
Não é possível garantir a democracia no Brasil sem garantir o acesso à informação.
Edição: Daniela Stefano
