Minas Gerais

Saúde

Hospital de Santa Luzia (MG) pode ser reaberto

Prefeitura negocia dívida depois de ter negado verba ao Hospital São João de Deus por dois anos

Belo Horizonte |
Hospital está fechado desde abril de 2015
Hospital está fechado desde abril de 2015 - Reprodução

A Prefeitura de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e a diretoria do Hospital São João de Deus assinaram acordo de intenção, há dois meses, sobre a reabertura da instituição.

O hospital está fechado desde abril de 2015 e tem uma dívida acumulada de pelo menos R$ 10 milhões. Segundo o prior responsável pela entidade, Camilo Teixeira da Costa, as dívidas incluem folha de pagamento, empréstimos e fornecedores. “A prefeitura pensa em reabrir a maternidade. Estamos fazendo as contas e vendo um prazo”, diz. Quando foi fechado, o HSJD atendia a 200 pessoas por dia e era o único hospital de Santa Luzia. Hoje a cidade conta com o Hospital Municipal, mas que não possui maternidade. O São João de Deus reabriria atendendo a 250 partos por mês, segundo o prior.

8 meses sem hospital

O São João de Deus era gerido por uma Irmandade religiosa e funcionava com atendimentos ao SUS e a convênios, quando, em 2013, a prefeitura o proibiu de fazer atendimentos particulares. Daí em diante, o hospital teria entrado em déficit. A verba repassada pelo poder municipal não cobria os gastos. A situação virou calamidade em janeiro de 2015, quando o então prefeito Carlos Calixto (PSD) parou de repassar dinheiro à entidade.

“Foi uma mistura do tipo de política do antigo prefeito com falta de vontade política. A população reagiu, mas ele foi irredutível”, conta o prior. Os mais de 100 funcionários ficaram até seis meses sem receber, e o São João de Deus finalmente fechou as portas em abril de 2015. Santa Luzia passou cerca de oito meses sem hospital.

O acordo com a atual prefeitura admite, no décimo parágrafo, que “o Município se compromete a repassar os valores que estão em conta corrente específica”, mas não esclarece qual conta seria essa. A prefeitura não respondeu à reportagem até o fechamento desta edição.
 

Edição: Joana Tavares