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Golpistas divididos querem continuar governando custe o que custar

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O ilegítimo Temer tenta ganhar tempo e participa de eventos públicos procurando mostrar que ainda governa
O ilegítimo Temer tenta ganhar tempo e participa de eventos públicos procurando mostrar que ainda governa - Valter Campanato/Agência Brasil
Brasil continua a atravessar um momento de crise, das piores dos últimos tempos

O Brasil continua a atravessar um momento de crise, das piores dos últimos tempos. Um Presidente totalmente ilegítimo está em seus estertores. O sistema Globo se esforça ao máximo para que o substituto seja eleito pelo Congresso, onde um em cada três integrantes foi eleito com o apoio da JBS sem contar outras empresas que bancaram parlamentares com a condição de que ao assumirem o cargo agissem de forma a facilitar os interesses das empresas.

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Quem quiser pesquisar os integrantes da base aliada do governo fim de linha vai confirmar o que foi dito acima e no que concerne a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária, o raciocínio não é muito diferente, ou seja, estão escalados para aprová-las de qualquer forma, isto é, com Temer ou escolhendo indiretamente outro golpista.

Enquanto isso acontece, diariamente se divulgam informações mostrando não só que o atual governo chegou mesmo ao fim, como também que os apoiadores e ex-apoiadores estão divididos quanto ao que poderá vir por aí. Eles querem enfiar goela adentro do povo brasileiro as tais reformas. E se esforçam para apresentar o quadro segundo o qual a reforma é uma coisa e Temer é outra.

O ilegítimo Temer tenta ganhar tempo e participa de eventos públicos procurando mostrar que ainda governa. Vai empurrando projetos, com o apoio de congressistas, para facilitar a vida de empresários que só pensam no lucro fácil. Mesmo os parlamentares que fazem o jogo do deus mercado estão divididos quanto à escolha de um sucessor do atual presidente usurpador.

O jornal O Estado de S. Paulo, que diverge do esquema Globo, pois ainda quer a continuidade de Temer, apresenta um placar de eventuais sucessores de Temer, sendo que, por incrível que pareça, o mais cotado da lista é o atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, uma figura patética que só chegou a ocupar o cargo que ocupa em virtude da decadência do mundo político.

Maia é um pau mandado do governo golpista e se sente em condições de emitir opiniões sobre qualquer coisa, preferencialmente em apoio às reformas que procura enfiar goela dentro do povo brasileiro.

Seria uma suprema decadência se por acaso os congressistas o escolhessem para ocupar a Presidência da República. Aliás, não só Maia, como qualquer outro político que eventualmente seja escolhido pelo Congresso para ocupar o lugar do primeiro golpista.

Além se ser um pau mandado do governo federal, Rodrigo Maia está sendo investigado por favorecer empresas durante o exercício do seu mandato. Ele nega, mas se virar réu não poderá ser o beneficiado pelos defensores do andamento das reformas.

No meio de todo esse jogo não limpo, o Presidente ilegítimo Temer, o primeiro na história brasileira no exercício do mandato investigado pelo Supremo Tribunal Federal por ser acusado, entre outras questões, de obstrução da justiça e formação de quadrilha, procura de forma ridícula se apresentar como se nada grave estivesse a acontecer.

Ele não se conforma com a realidade de que seu tempo político chegou ao fim. Mas não basta apenas a saída de Temer. É preciso continuar nas ruas do país a se exigir que o povo volte a ser o principal protagonista da história e não um Congresso desmoralizado e desacreditado.

É preciso também que os brasileiros sejam consultados se aprovam ou não as reformas propostas pela oligarquia que quer continuar no poder custe o que custar, com Temer ou com a escolha por via indireta do sucessor.

Uma eleição direta permitirá, portanto, que o povo brasileiro não só escolha o próximo Presidente da República, como opine sobre o projeto atual em andamento, indevidamente porque sem consulta popular.

Esse e o ponto chave da questão. A oligarquia tem tremendo receio que aconteça o mesmo que vem acontecendo desde outubro de 2002, quando suas propostas foram derrotadas sucessivamente nas urnas.

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