Coluna

Mais um político ligado ao presidente golpista é preso por corrupção

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Prisão de mais um homem de confiança de Temer deixa governo em situação ainda mais difícil
Prisão de mais um homem de confiança de Temer deixa governo em situação ainda mais difícil - EBC
Henrique Eduardo Alves, do PMDB, era um do homens do comando central do governo

O ex-ministro do Turismo no governo golpista de Michel Temer, Henrique Eduardo Alves, é o mais recente figurão político preso por tempo indeterminado acusado de receber 7,5 milhões de reais em propina de obra superfaturada em 77 milhões de reais na capital do estado do Rio Grande do Norte, onde tentou se eleger governador, mas foi derrotado.

Ligado há muitos anos a Temer, Alves é de uma família política da oligarquia do Rio Grande do Norte e pode ser considerado também um manda chuva no PMDB. Ele sempre foi conselheiro do atual presidente, tanto assim que mesmo depois de deixar o governo continuou extremamente vinculado a Temer.

Henrique Eduardo Alves faz parte da troika – junto com Eliseu Padilha e Moreira Franco – que assumiu o comando do governo golpista e também acusados de malfeitos. No caso de Moreira Franco as acusações que pesam sobre ele surgem desde quando era prefeito de Niterói (1977 – 1982), no estado do Rio de Janeiro. Eliseu Padilha não fica atrás em matéria de acusações. Foi até chamado pelo então senador Antonio Carlos Magalhães de "Eliseu Quadrilha".

Moreira Franco como protegido de Temer ganhou até um Ministério, confirmado agora por medida provisória, com o claro objetivo de ter foro privilegiado e com isso conseguir que seja julgado sabe-se lá quando.

No exterior, o governo golpista de Temer é considerado moribundo, independente do resultado das ações judiciais que está sendo acusado. Mas para o "deus mercado", tanto faz como tanto fez. O importa esse setor é a aprovação das reformas causar danos os trabalhadores brasileiros.

No meio disso tudo, como prova da tanto faz como tanto fez, dois jornalões: o Estado de S.Paulo e O Globo, divergem em suas páginas. O Estado de S. Paulo aposta numa sobrevida do fantasma golpista, enquanto O Globo não esconde o posicionamento contra Temer, mas ambos não divergem em uma coisa, ou seja, quanto ao andamento das reformas e a transformação do Estado brasileiro em Estado mínimo.

O Globo não abre da eleição indireta para substituir o golpista, mas está ainda confuso quanto à escolha do próximo. Demonstra que tem preferencia por alguém vindo dos quadros do PSDB. Ambas as publicações pouco se importam com o ronco das ruas, com as pesquisas demonstrando que uma ampla maioria da população quer eleição direta.

Porém, a história dos dois jornais mostra que o que menos importa nessas horas é que o povo venha a ser consultado e dê a última palavra. Foi assim em abril de 1964, quando o IBOPE registrava alta preferência em favor do então presidente constitucional João Goulart, tendo inclusive a pesquisa de opinião pública na época sido escondida para facilitar ainda mais o golpe empresarial militar, apoiado entusiasticamente pelos dois jornais.

Em 2016, com o novo golpe, mas de outro tipo, sem a participação dos militares, O Globo e o Estado de S. Paulo não divergiram, porque queriam que o governo instalado adotasse uma política como a atual, apoiada também freneticamente pelas Federações das Indústrias com destaque para a do estado de São Paulo.

E assim caminha a política brasileira, com a mídia comercial conservadora enaltecendo uma suposta recuperação da economia, apesar do aumento dos índices de desemprego, desde que o usurpador ocupou o governo federal. Nesse sentido, todo espaço possível é dado a Henrique Meireles no Ministério da Fazenda defensor incondicional do que exige o "deus mercado".

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