TSE

Julgamento da chapa Dilma-Temer continua na manhã desta quarta-feira (7)

Processo começou no dia 4 de abril, quando defesas de Rousseff e Temer pediram mais prazo para apresentar alegações

|

Ouça o áudio:

Durante julgamento da chapa Dilma Temer, Ministro Herman Benjamin faz leitura de seu relatório durante sessão plenária do TSE
Durante julgamento da chapa Dilma Temer, Ministro Herman Benjamin faz leitura de seu relatório durante sessão plenária do TSE - Roberto Jayme/Ascom/TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomou às 9 horas da manhã desta quarta-feira (7) o julgamento do pedido de cassação da chapa Dilma-Temer.

Na noite dessa terça-feira (6), o primeiro a falar no tribunal foi o ministro relator, Herman Benjamin, que resumiu o processo e as acusações apresentadas contra a chapa vencedora da eleição de 2014:

"Primeiro: abuso de poder político por força do uso da máquina administrativa federal claramente posta a serviço das pretenções políticas dos ora investigados. 

Segundo: abuso de poder econômico pela realização de uma campanha milionária, cujo custo superou a soma das despesas de todos os demais candidatos. 

Terceiro: uso indevido de meios de comunicação social por terem se valido do horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão para veicula deslavadas mentiras contra os candidatos adversários"

O plenário do TSE também ouviu as partes. O PSDB é o autor de quatro ações na Corte para impugnar a chapa. Elas foram reunidas em uma única ação. Ao falar pela acusação, o advogado do PSDB, Flávio Pereira, avaliou que houve desequilíbrio na disputa eleitoral, causado por abuso de poder político e econômico da chapa:

"A campanha se constrói em cima de mentiras geridas a partir da administração pública do governo então tentando reeleição. Os recursos, em tese, destinados à campanha eleitoral foram, na verdade desviados e direcionados ao enriquecimento sem causa. Esse conjunto da obra demonstra, sim, a gravidade e a potencialidade dos fatos de influenciar o resultado do pleito como, de fato, influenciou"

As defesas de Dilma Rousseff e Michel Temer pediram que o TSE não aceite provas produzidas após a abertura do processo, que ocorreu logo depois da eleição de 2014.

Os advogados de Temer argumentam ainda, que, se o tribunal não arquivar a ação, deve separar os processos de Dilma Rousseff e Michel Temer, porque eles tinham diferentes níveis de responsabilidade. A defesa de Dilma destaca que os dois devem ser julgados juntos.

Para o vice-procurador-geral Eleitoral, Nicolao Dino, as provas são válidas e a chapa não pode ser julgada separadamente:

"Há elementos robustos, que evidenciam a prática de abuso de poder econômico e, portanto, a justificar, nos termos da legislação eleitoral, a cassação da chapa como um todo e para efeito, portanto, de conclusão não pode haver a separação da chapa ou a indivisibilidade conforme, reiteradamente, tem decidido esse tribunal"

O julgamento começou no dia 4 de abril, quando as defesas de Dilma Rousseff e Michel Temer pediram mais prazo para apresentar as alegações finais.

O relator da ação no TSE, ministro Herman Benjamin, aceitou o pedido e decidiu ouvir mais testemunhas. Nesse caso, os marqueteiros da campanha, João Santana e Mônica Moura, que haviam firmado acordo de delação premiada na operação Lava Jato.

Edição: Radioagência Nacional