AMÉRICA LATINA

Professores colombianos continuam em greve por melhorias na educação

Professores em greve há 29 dias exigem que o diálogo com o governo seja retomado e denunciam violência

TeleSUR (http://www.telesurtv.net) |
Na última terça-feira (6), professores colombianos realizaram manifestações em todo o país.
Na última terça-feira (6), professores colombianos realizaram manifestações em todo o país. - Federação Colombiana de Trabalhadores da Educação (Fecode)

Nesta quinta-feira (8), o presidente da Federação Colombiana de Trabalhadores da Educação (Fecode), Carlos Rivas, afirmou que a greve de professores não é só pelo aumento salarial, mas também pela melhoria das instituições e pela qualidade da educação.

Rivas indicou que “se fosse só por assuntos salariais, já teríamos decretado o final da greve.” Além disso, apontou que a Fecode voltará para as mesas de negociação quando não houver mais mediadores e quando o governo se dispuser a falar sobre a situação da educação no país.

Ele também ressaltou os motivos para manter a greve de professores, apesar do pronunciamento do presidente Juan Manuel Santos exigindo que as aulas sejam retomadas. “O chamado não deveria ser feito publicamente. Estes temas devem ser tratados entre as partes, sem colocar publicamente as diferenças”, declarou.

“Queremos dizer ao presidente que o seu discurso era desnecessário, que deveria ser realizada uma conversa privada. Parece que o governo nunca teve que responder a um problema como esse. Ele não nos assusta e não vai parar nossa greve por capricho”, pontuou o presidente da Fecode.

O Ministério do Trabalho anunciou que o aumento salarial proposto para os professores é de 8,75%, mas Rivas reiterou que as expectativas da organização são outras e que as demandas vão mais além da questão salarial.

“O Governo ainda precisa resolver muitos problemas. A luta é por educação, por alimentação de qualidade para as crianças, por boas escolas, e não só pelo salário”, insistiu o presidente da Fecode.

Violência

A Fecode também enviou uma carta ao governo do presidente Juan Manuel Santos e a outros órgãos de controle e justiça para exigir que o assassinato e o desaparecimento de professores nos últimos três dias no país sejam investigados.

Na carta, a organização informa que os disparos com arma de fogo aconteceram quando os professores estavam em sala de aula.

“Enquanto os professores e toda a comunidade escolar protestavam para exigir melhores condições de trabalho e educação pública de qualidade, na zona rural do município de Puerto Escondido, em Córdoba, Washington Cedeño Otero, que trabalhava há 20 anos como professor do ensino fundamental, na escola Sabalito Arriba, era assassinado”, afirmou a associação de professores em um comunicado.

Em outro município, um professor foi alvo de um disparo e está internado em estado grave. A federação de professores também informou que uma professora segue desaparecida.

A Fecode espera um esclarecimento das autoridades sobre estes crimes, para saber se eles estão relacionados com a greve de professores que já dura quatro semanas.

O governo acaba de anunciar mais recursos para a área de educação, mas a Federação segue com as manifestações para mostrar que a greve permanece.

Edição: TeleSUR | Tradução: Luiza Mançano