Memória

90 anos de Ariano Suassuna, um defensor da cultura do nordeste brasileiro

Ele fez de tudo um pouco - e bem feito, mas o que Ariano mais fez foi defender a cultura do nordeste brasileiro

Radioagência Nacional |

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Ariano Suassuna, durante evento pró-equidade de gênero e diversidade, em Brasília, 2007
Ariano Suassuna, durante evento pró-equidade de gênero e diversidade, em Brasília, 2007 - Valter Campanato/Agência Brasil

Em 16 de junho de 1927, nasce em João Pessoa – Paraíba, Ariano Vilar Suassuna –  o pai do “Movimento Armorial”.

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O filho de Rita de Cássia Vilar Suassuna e de João Suassuna nasceu no Palácio da Redenção, porque o pai, na época, era presidente da Paraíba – um cargo que foi extinto na Constituição de 1937 e que atualmente é ocupado pelo governador do estado.

Um ano depois do nascimento de Ariano Suassuna, o pai deixou o governo e se mudou com a família para o Sertão. E foi na fazenda Acauã que o amor pela cultura nordestina começou a tomar forma e esculpir na alma de Ariano o que viria a ser a pedra fundamental para o “Movimento Armorial”– uma atividade cultural que desabrochou, em 1970, em Recife, com a missão de desenvolver formas e expressões populares tradicionais nordestinas.

Ariano foi muitas coisas. Dramaturgo, poeta, romancista. Formado em Direito, foi também professor. Foi ainda secretário de Cultura de Pernambuco, membro da Academia Paraibana de Letras e membro da Academia Pernambucana de Letras.

Ariano Suassuna também se dedicou a prosa de ficção. Foi ensaísta e autor de obras importantes que deram força e forma ao Movimento Armorial e inspiraram outras formas de expressão e arte como: o Auto da Compadecida, O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta.

Engraçado, simpático e irreverente transformou a “improvisação” em sua marca registrada na produção teatral. Na construção também se meteu. Em São José do Belmonte, onde ocorre a cavalgada inspirada no Romance d’A Pedra do Reino, construiu um santuário ao ar livre, com 16 esculturas de pedra, cada uma com três metro e meio de altura,  dispostas em círculo, representando o sagrado e o profano. 

Ariano Suassuna fez de tudo um pouco e tudo que fez, fez muito bem-feito. Mas o que Ariano mais fez foi defender a cultura do nordeste brasileiro.

Ele morreu em Recife – Pernambuco, em 23 de julho de 2014.

Edição: Radioagência Nacional