Esquenta

SP: Centrais comemoram vitória contra reforma trabalhista e chamam para greve geral

Mesmo com chuva e frio, centenas de pessoas foram à Praça da Sé participar do “Arraial de lutas”

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Centenas de pessoas participaram do "Arraial de Lutas" na Praça da Sé, em São Paulo
Centenas de pessoas participaram do "Arraial de Lutas" na Praça da Sé, em São Paulo - Norma Odara

As centrais sindicais que compõem a Frente Brasil Popular e diversos movimentos populares reuniram a militância, nesta terça-feira (20), na Praça da Sé, em São Paulo, no chamado "esquenta" para a greve geral, que está marcada para o próximo dia 30.

O “Arraial de Lutas”, como foi chamado o evento, teve certo tom de otimismo após a vitória obtida pela oposição na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, que barrou o parecer do relator do projeto de lei sobre a legislação trabalhista.

O ato de hoje é parte do chamado "junho de lutas", que se concretiza com diversos movimentos populares e sindicatos unidos contra o governo do presidente golpista, Michel Temer (PMDB), e, principalmente, contra as reformas trabalhista e da Previdência, patrocinadas por ele.


"Fora Temer" e "Diretas Já" deram o tom do evento | Foto: Norma Odara - Brasil de Fato

Debaixo de muita chuva, cerca de 500 pessoas cantaram e dançaram, ao som da banda "Mistura Popular", e acompanharam o ato político que reuniu a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil (CTB), o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), a Marcha Mundial de Mulheres (MMM) e diversos movimentos de habitação.

Para Jandira Uehara, secretária nacional de políticas sociais da CUT, as ruas são o principal campo de disputa para os movimentos populares e sindicais: "Debaixo dessa chuva, essa militância aguerrida, depois de um dia de trabalho nas bases, alertando, denunciando o golpe contra a classe trabalhadora, conseguimos fazer o ‘esquenta’ para a greve geral do dia 30. Porque só com o movimento sindical na rua é que vamos derrotar o governo e essas reformas", ressaltou.

Durante o dia de hoje, as centrais realizaram uma panfletagem pelo centro da cidade com o objetivo de informar aos trabalhadores a respeito das perdas de direitos que ocorrerão se as reformas de Temer forem aprovadas pelo Congresso.

Oposição vence no Senado

O fato de, nesta terça, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado ter rejeitado, por 10 votos a 9, o parecer do relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES) a respeito do projeto de lei sobre a legislação trabalhista (PLC 38) foi muito comentado e comemorado pelos líderes que discursaram no evento.

Sobre a questão, Jandira ressalta: "Tivemos uma vitória importante no senado, graças aos movimentos populares e sindicais. É uma pequena vitória, mas serve para demonstrar que mesmo lá no campo do Temer, nós conseguimos bons resultados. Isso é fruto da luta das ruas, dessa luta que vem desde o ano passado, contra o golpe e neste ano contra o Temer".

Tonhão, do Movimento Unidos pela Habitação (MUHAB), tem visão semelhante. "Hoje tivemos uma pequena vitória e ela é fruto da nossa mobilização. E é essa luta que vai conseguir barrar a reforma trabalhista, que acaba com os direitos da CLT, e a Previdenciária, que acaba com a nossa aposentadoria", pontuou.

A próxima greve geral está sendo articulada e deve ocorrer no próximo dia 30, em todo o Brasil. Caso a votação das reformas seja adiantada pelo Congresso, os movimentos e centrais sindicais devem antecipar também a realização da paralisação nacional.

Edição: Vanessa Martina Silva