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Adiantar sentença remete a possibilidade de vazamento de informação de Moro

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Revista Isto É já adiantou a sentença do juiz Sérgio Moro sobre Lula
Revista Isto É já adiantou a sentença do juiz Sérgio Moro sobre Lula - Rovena Rosa/Agência Brasil
É preciso apurar também se o juiz Moro permitiu o adiantamento da informação

Quer dizer que a Revista Isto É já adiantou a sentença do juiz Sérgio Moro sobre Lula e revelou que o ex-presidente será condenado a 22 anos de prisão, sendo 12 por lavagem de dinheiro e dez por  corrupção passiva. A publicação ainda por cima assinalou que apurou a informação junto a integrantes da Lava Jato.

Trata-se de um fato grave esse adiantamento. Se for essa mesma a sentença a ser anunciada oficialmente, deve ser apurado por órgãos competentes, se é que ainda existem, como aconteceu esse vazamento. Sendo mentira ou verdade, a Isto É confirma que se trata de um órgão de imprensa sem a mínima credibilidade e merece o repudio de quem preza o jornalismo.

É preciso apurar também se o juiz Sergio Moro permitiu o adiantamento da informação, confirmando-se ou não a sentença, como forma de sentir qual será a reação da opinião pública diante de uma condenação, independente do número certo.

O Brasil, a partir do governo Michel Temer, perdeu toda a credibilidade que tinha no exterior, credibilidade conquistas a partir das duas gestões exatamente de Luis Inácio Lula da Silva. Com essa sentença adiantada por um órgão de imprensa, ainda mais se for confirmada, será uma demonstração concreta que o juiz Sérgio Moro tem culpa no cartório diante de uma série de acusações correntes contra ele.

Condenar alguém, seja ex-presidente ou qualquer pessoa, sem provas concretas,é uma prova de que o Brasil deixou de ser um país confiável e com os poderes funcionando normalmente, como requer uma democracia.

Moro visivelmente joga para uma platéia envenenada pela mídia comercial conservadora que há tempos já condenou Lula antes de qualquer coisa. O fato acontecido na matéria da Isto É é simplesmente mais uma prova da doença que assola o país ao condenar sem provas e antes de qualquer julgamento.

No caso de Lula ainda há agravante. Segundo as pesquisas, a mais recente do Datafolha, Lula está na frente em matéria de preferência popular em qualquer cenário e contra qualquer dos demais candidatos. Tal fato é um temor dos grupos conservadores que querem enfiar goela adentro do povo brasileiro reformas ainda piores do que as que não deram certo em lugar nenhum do mundo. É o projeto de um governo falido como o atual de Michel Temer e seus seguidores.

Curiosamente, poucas horas depois da divulgação do adiantamento da sentença divulgada pela Isto É, a  população foi informada que se uma eleição fosse realizada hoje o povo escolheria Lula para Presidente da República. Os mais desconfiados, no Brasil e no exterior, perguntam: onde entra Sergio Moro em toda esta história? Uma pergunta que está na boca de muita gente exatamente pelo caráter midiático do juiz que há tempos caiu nas graças da Rede Globo e de um setor da população que seja deixa engabelar por informações visivelmente manipuladas e que objetivam exatamente fazer cabeças de incautos.

A corrupção de políticos e de autoridades que ocupam ou ocuparam cargos governamentais deve ser condenada com toda a veemência, mas não pode ser deixada de lado uma corrupção ainda mais grave, a do setor financeiro, que controla setores governamentais que procuram evitar que a população seja informada por esse gênero mortal de corrupção.

A revista Isto É ou outras publicações do gênero como a Veja, Época, O Globo, O Estado de S. Paulo e a Folha de S. Paulo, entre outros,  preferem não se ocupar com os graves rombos, que atingem basicamente a população, provocados pelo capital financeiro, dedicando-se tão somente a outros tipos de corrupção envolvendo apenas pessoas e de forma espetacular.

Essa é uma verdade que até agora segue sem resposta por parte dos veículos mencionados e que merecem análises de expoentes como Noam Chomsky e muitos outros, praticamente  ignorados pela mídia comercial conservadora, não raras vinculadas exatamente ao capital financeiro.

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