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Arte

F5: Festival de cultura independente de Contagem tem como tema ‘identidade’

Criado em 2011, evento tem 6ª edição marcada para julho com atrações na rua e de graça

Belo Horizonte (MG) |
Pela falta de apoio, o evento se tornou uma iniciativa de luta e resistência
Pela falta de apoio, o evento se tornou uma iniciativa de luta e resistência - Divulgação

De 21 a 30 de julho, Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), recebe a 6ª edição do F5 - Festival de Cultura Independente. O evento é de iniciativa popular e promove oficinas, apresentações de música, teatro, dança e muitas outras atividades, totalmente gratuitas.
Criado em 2011 por produtores e artistas, o F5 acontece de maneira horizontal. O festival surgiu da necessidade de se discutir as políticas públicas para a cultura no município, além de valorizar a arte produzida pelo povo contagense, muitas vezes conhecida apenas quando sai da cidade. Seu nome é uma referência à tecla F5, que tem a função de atualização no computador, e também uma alusão ao Centro Industrial de Contagem (CINCO).
Em 2017, a programação será realizada em diversos locais: na rua, em centros culturais, parques, calçadas e praças. Algumas das atrações já confirmadas são as bandas Espigão, de rock; a Samba de Rua, de samba; o projeto de música eletrônica SoundSystem e MCs da cultura Hip Hop. Além disso, vão rolar peças de teatro e aulas de artes plásticas para crianças, oficina de produção de músicos independentes e um seminário sobre identidade e patrimônio imaterial de Contagem. 
“Artistas daqui vão para BH para poder trabalhar porque o incentivo em Contagem é pouco, o que cria essa coisa de que a cultura só se produz na metrópole. E o F5 vem para quebrar isso”, conta o co-produtor do festival Allisson Rodrigues. 
De acordo com ele, pela falta de apoio, o evento se tornou uma iniciativa de luta e resistência, uma das poucas vozes da periferia e Região Metropolitana da capital. Um dos principais desafios para fazer tudo funcionar, segundo o produtor, é garantir para o povo o uso da cidade, que sofre com a falta de mobilidade urbana e de preservação do espaço público.
“Este ano, nosso tema é ‘identidade’. Nós o escolhemos porque a cultura de Contagem vem sendo esquecida. É mais fácil dizer que a cidade é feita de ‘abóbora, igreja e jabuticaba’ do que falar que ela foi o berço das grandes greves mineiras, que culminaram em um processo democrático importantíssimo para o país. A arte aqui pulsa e merece ser reconhecida”, ressalta.
Para saber mais sobre o F5 e acompanhar a programação, fique ligado na página: www.festivalf5.com.br.
 

Edição: Frederico Santana