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O verdadeiro significado da sentença de Moro contra Lula

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Lula e a nova presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, no encerramento do 6º Congresso Nacional do PT Maria Letícia Lula da Silva 2017
Lula e a nova presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, no encerramento do 6º Congresso Nacional do PT Maria Letícia Lula da Silva 2017 - Ricardo Stuckert
A realidade é que Lula continua sendo uma grande liderança popular.

Enquanto o Brasil assiste perplexo o vergonhoso toma lá da cá na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados para que o golpista ilegítimo Michel Temer siga no governo, o juiz Sérgio Moro divulga a sentença contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de nove anos e seis meses de prisão. Os meios de comunicação complementam, informando que Lula não será preso por enquanto, como se isso fosse atenuante.

A defesa de Lula vai apelar na segunda instância, que recentemente absolveu, por falta de provas, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari, que havia sido condenado por Moro a mais de 15 anos. Só depois do julgamento na segunda instância é que se saberá se Lula poderá ser ou não candidato à Presidência da Republica. A apelação pode demorar, como de costume, um ano e meio, portanto, a candidatura estará posta e, segundo indicam as mais recentes pesquisas, com grandes chances de se tornar vitoriosa.

Esse é o grande temor dos que tomaram o poder na base de um golpe parlamentar, midiático e judicial e fazem o Brasil andar para trás, recuando aos tempos anteriores aos anos 30 do século passado. Mas de qualquer forma, independente dos golpistas que não querem deixar o governo, a realidade é que Lula continua sendo uma grande liderança popular. Pelo andamento, como foi visto, do processo em Curitiba, Moro tenta de todas as formas mudar uma realidade. Condenar sem provas, já que não existe nenhum documento comprovando que o triplex de Guarujá pertence a Lula, é uma medida que deixa mal a própria justiça. O que significa condenar um acusado, ainda mais uma liderança popular, não tendo provas?

Sérgio Moro se tornou um queridinho da mídia comercial conservadora que tem a missão de ajudar a oligarquia enganar os incautos. É importante destacar esse aspecto, porque com isso os males provocados ao Brasil pelo capital financeiro, que tudo pode e muito mais, são omitidos e a população que acompanha o noticiário pela mídia comercial conservadora não é informada como o povo sofre os males provocados pelo setor mencionado, que conta com a manipulação da informação para continuar com seus lucros cada vez maiores, sempre em detrimento da maioria dos brasileiros e brasileiras.

É importante combater a corrupção, não resta dúvida, mas o que não de pode admitir é que em nome desse combate se pratiquem enganações da opinião pública, para que os incautos enganados saíam por aí repetindo os mesmos argumentos defendidos pelos colunistas de sempre. Os mesmos que em outros tempos defendiam o regime de força instalado a partir de abril de 1964 e que hoje se apresentam como tendo sido opositores dos dias sombrios que se abateram sobre o Brasil com a ditadura empresarial militar.

É nesse contexto histórico que deve ser entendida a sentença de Moro contra Lula. Não se faz justiça, muito pelo contrário. E em termos de opinião pública, pelo menos da parte de quem não se deixa enganar, a sentença de Moro não tem valor algum como justiça. Não passa de uma estratégia coordenada com o objetivo de destruir a imagem de um político popular.

E fica cada vez mais claro que a principal condição para alguém gozar dos benefícios da impunidade é ser filiado ao PSDB. Aécio Neves, Aloysio Nunes Ferreira, Fernando Henrique Cardoso e outros tantos da mesma patota que o digam.

Ah, sim, o que se pode ainda apurar de uma recente matéria da revista Isto É adiantando que a pena de Moro contra Lula seria de 22 anos? Como a“reportagem” caiu no esquecimento, resta saber se deliberadamente ou não, não custa nada lembrar que um veículo de comunicação publicou uma informação dessa envergadura com o propósito de criar um fato e  conhecer qual poderia ser a reação da opinião pública.  Vale sempre repetir que isso não é jornalismo.

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