Crime

Após manobra do Planalto, CCJ rejeita parecer do relator sobre denúncia contra Temer

Votação se encerrou com 40 votos contrários ao relatório, 25 favoráveis e uma abstenção

Brasil de Fato | São Paulo |

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Relator, deputado Sérgio Zveiter, e o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça
Relator, deputado Sérgio Zveiter, e o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Atualizada às 19h10, para acréscimo de informações

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados rejeitou, nesta quinta-feira (13), o relatório apresentado pelo deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) que pedia a aceitação da denuncia contra o presidente golpista, Michel Temer (PMDB), pelo crime de corrupção passiva. 

A votação se encerrou com 40 votos contrários ao relatório, 25 favoráveis e uma abstenção. O relatório paralelo, elaborado pelo deputado Abi-Ackel (PSDB-MG) pela não-admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva foi aprovado com 41 votos contra 24 e uma abstenção.

Reações

O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) lamentou o resultado da votação e disse que "hoje é um dia triste para os brasileiros e brasileiras que esperavam dos parlamentares um compromisso contra a impunidade". 

"Um resultado artificial, manipulado, fabricado, próprio de parlamentares que ganharam cargos para votar a favor do governo", declarou Molon.

A denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República contra Temer segue para o Plenário da Casa. A sessão está prevista para a próxima segunda-feira (17), mas ainda não há confirmação. 

A decisão aconteceu após manobra da base aliada do governo que substituiu os membros da Comissão para garantir votos suficientes e derrotar o relatório.

Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS) avaliou a decisão como "resultado de cartas marcadas", em referência à troca de 20 parlamentares da Comissão, que segundo ela, deram lugar a parlamentares que votariam favoravelmente ao governo. 

Rosário ainda falou sobre os indícios contundentes contra o presidente golpista Michel Temer, que não afetarão seu mandato com a decisão da CCJ: "Engavetar essa denúncia contra Temer é o mesmo que dizer que não existem indícios".

* Com informações de Cristiane Sampaio, de Brasília.

Edição: Vanessa Martina Silva