PRECARIZAÇÃO

Educadores de Salvador paralisam por 48 horas para garantir reajustes salariais

Categoria realiza duas manifestações nesta quinta (20) no centro da capital baiana

Brasil de Fato | Salvador (BA) |
Sem reajuste salarial há dois anos, educadores se mobilizam para garantir direitos.
Sem reajuste salarial há dois anos, educadores se mobilizam para garantir direitos. - APLB Sindicato

Desde a última semana, as trabalhadoras e trabalhadores da rede municipal de educação em Salvador estão mobilizados contra os reajustes salariais propostos pela Prefeitura, a situação precária nas escolas da região e também para que a administração cumpra com a Lei do Piso. Na última terça-feira (18), em assembleia, os educadores decidiram pela paralisação da categoria por 48 horas.

Durante a manhã da última quarta, as educadoras e educadores foram impedidos de acessar o prédio da Secretaria Municipal de Educação – SMED. Exigindo diálogo com Paloma Modesto, Secretária de Educação, os profissionais ocuparam o prédio. Segundo Marcos Barreto, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB-Sindicato), as negociações estão emperradas, já que após três reuniões, o executivo municipal mantém a proposta de reajuste zero.

“A outra proposta da gestão foi trocar o reajuste pela concessão de direitos que estão na lei. Estão propondo deixar aposentados e trabalhadores sem nenhum tipo de reajuste”, pontua Marcos.

Ele ainda ressalta que não havia ninguém que pudesse receber a categoria na Secretaria de Educação na manhã desta quarta (19), apesar da manifestação ter sido anunciada previamente.

Precarização nas Escolas

No mesmo dia em que foi deflagrada a paralisação dos profissionais em educação da rede municipal, o teto de uma das salas da escola Eduardo Campos, situada no bairro de Águas Claras e construída em 2015, desabou em decorrência das chuvas na capital baiana. Como o desabamento ocorreu durante a madrugada, não houve feridos.

“A gente está passando por um processo de precarização intensa nas escolas da capital. Falta alimentação, gás, fardamento e livros. Há dois anos a prefeitura não compra farda e nem livros para os alunos. Muitas vezes, nós não temos material para trabalhar, além das escolas estarem com a estrutura precária e salas lotadas”, relata Daiane Marques, professora da rede municipal.

A profissional afirma ainda que “essas rodadas de paralisação tem como objetivo sermos ouvidas, para que haja negociação com o sindicato e para que as reivindicações da categoria sejam atendidas”. 

A paralisação segue até esta quinta (20), quando haverá uma manifestação na Praça Cairu, no Comércio, pela manhã e às 15h no Campo Grande, somando ao ato contra as reformas da Previdência, trabalhista e em defesa da democracia, convocado pela Frente Brasil Popular em todo o país.

Edição: José Eduardo Bernardes