Solidariedade

Movimentos populares e sociedade civil criam Comitê pela Paz na Venezuela

O foco é a defesa do direito do povo venezuelano de decidir sobre seu próprio futuro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Constituição da República Bolivariana de bolso, exibida por mulheres durante a simulação da Assembleia Constituinte, em 16 de julho
Constituição da República Bolivariana de bolso, exibida por mulheres durante a simulação da Assembleia Constituinte, em 16 de julho - Camila Rodrigues da Silva/Brasil de Fato

Diante dos ataques internacionais contra a Venezuela e sua Assembleia Constituinte, movimentos populares e organizações da sociedade civil criaram, nesta terça-feira (1), o Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela.

A articulação pretende prestar solidariedade ao país, que está sendo submetido a ataques de sua própria burguesia e do capital internacional, principalmente depois do anúncio da Assembleia Constituinte, cuja votação dos representantes ocorreu no último domingo (30). 

O manifesto do comitê, que já tem a assinatura de mais de 30 entidades e 40 apoios individuais, defende o direito do povo venezuelano à soberania.

"Convocamos todos os brasileiros e brasileiras à defesa da democracia e da autodeterminação de nossos irmãos venezuelanos, ao seu direito de viver em paz e a definir o próprio destino", diz o documento.

Além disso, explicita sua oposição às pressões internacionais que a Venezuela vem sofrendo, que são de caráter econômico, político e midiático:

"Repudiamos as manobras de bloqueio e agressão que estão sendo tramadas nas sombras da Organização dos Estados Americanos (OEA), sob a batuta da Casa Branca e com a cumplicidade do governo golpista de nosso país".

Confira a íntegra do documento:

MANIFESTO PELA PAZ NA VENEZUELA

O povo venezuelano, livre e soberano, retomou em suas mãos o poder originário, elegendo massivamente representantes para a Assembleia Nacional Constituinte.

Mais de oito milhões compareceram às urnas, apesar do boicote e da sabotagem de grupos antidemocráticos, em um processo acompanhado por personalidades jurídicas e políticas internacionais que atestaram lisura e transparência.

Todas as cidades, classes e setores estão presentes, com seus delegados, na máxima instituição da democracia venezuelana.

A Constituinte é o caminho para a paz e a normalidade, para retomar o caminho do desenvolvimento e da prosperidade, para superar a crise institucional e construir um programa que reunifique a pátria vizinha.

De forma pacífica e democrática, milhões de cidadãos e cidadãs disseram não aos bandos terroristas, às elites mesquinhas, aos golpistas e à ingerência de outros governos.

Homens e mulheres de bem, no mundo todo, devem celebrar esse gesto histórico de autodeterminação da Venezuela, repudiando as ameaças intervencionistas e se somando a uma grande corrente de solidariedade.

Também no Brasil se farão ouvir as vozes que rechaçam a violência e a sabotagem contra o governo legítimo do presidente Nicolás Maduro.

Qual moral tem um usurpador como Michel Temer para falar em democracia, violando a própria Constituição de nosso país, ao adotar posições que ofendem a independência venezuelana?

O Brasil não pode passar pela infâmia de se aliar a governos que conspiram contra uma nação livre e se associam a facções dedicadas a tomar o poder de assalto, apelando para o caos e a coação.

Convocamos todos os brasileiros e brasileiras à defesa da democracia e da autodeterminação de nossos irmãos venezuelanos, ao seu direito de viver em paz e a definir o próprio destino.

Repudiamos as manobras de bloqueio e agressão que estão sendo tramadas nas sombras da Organização dos Estados Americanos (OEA), sob a batuta da Casa Branca e com a cumplicidade do governo golpista de nosso país.

Denunciamos o comportamento repulsivo dos meios de comunicação que manipulam informações e atropelam a verdade, para servir a um plano de desestabilização e isolamento. 

Declaramos nossa solidariedade ao bravo povo de Bolívar. Sua luta pela paz também é nossa. 

COMITÊ BRASILEIRO PELA PAZ NA VENEZUELA

São Paulo, 01 de Agosto de 2017.

*PRIMEIRAS ADESÕES

Receberemos adesões individuais e de organizações somente por email ([email protected]) até o dia 08 de Agosto de 2017.

ORGANIZAÇÕES:
1.    Articulação brasileira dos movimentos sociais da ALBA
2.    Brigadas Populares
3.    Campanha Brasil Justo para todos e para Lula
4.    Central de Movimentos Populares – CMP
5.    Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB
6.    Central Única dos Trabalhadores – CUT
7.    Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz – Cebrapaz
8.    Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
9.    Centro de Estudos e Pesquisa Ruy Mauro Marini
10.    Coletivo Poder Popular
11.    Conselho Mundial da Paz – CMP
12.    Consulta Popular
13.    Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN
14.    Democracia no Ar
15.    Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação – FNDC
16.    Fundação Perseu Abramo
17.    Instituto Astrojildo Pereira
18.    Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
19.    Levante Popular da Juventude
20.    Marcha Mundial de Mulheres – MMM
21.    Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
22.    Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA
23.    Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
24.    Movimento pela Soberania Popular na Mineração – MAM
25.    Partido Comunista do Brasil – PCdoB
26.    Partido dos Trabalhadores – PT
27.    Rede De Médicas e Médicos Populares
28.    Sindicato dos Arquitetos
29.    Sindicato dos Bancários de Santos
30.    União Brasileira de Mulheres – UBM
31.    União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES
32.    União da Juventude Socialista – UJS
33.    União Nacional dos Estudantes – UNE

APOIADORES:

1.    Aline Piva – Jornalista do Blog Nocaute
2.    Amir Bertoni Gebara – Biólogo
3.    Anivaldo Padilha - Teólogo
4.    Aray Nabuco - Editor da Caros Amigos
5.    Artur Araújo – Consultor de Orçamento e Gestão
6.    Carlos Tibúrcio – Jornalista, editor do Democracia no Ar, Rede de Resistência Democrática
7.    César Cordaro - Procurador aposentado
8.    Clayton Figueiredo de Oliveira
9.    Conceição Lemes – Jornalista
10.    Cristiana Castro – Advogada
11.    Denise Fon - Jornalista
12.    Denise Ramiro – Jornalista
13.    Eliana Ada Gasparini
14.    Eliana Guimarães Silva
15.    Emir Sader – Intelectual brasileiro
16.    Ernesto Germano Parés – Jornalista, radialista e assessor sindical
17.    Gilberto Maringoni – Professor de Relações Internacionais da UFABC
18.    Gladstone Leonel Júnior - Professor de Direito da Universidade Federal Fluminense
19.    Heitor Claro da Silva – Estudante de Ciências Sociais da Universidade de Brasília
20.    Igor Fuser – Professor de Relações Internacionais da UFABC
21.    Jacqueline Denise de Alcântara
22.    José Luiz del Roio - Ex-senador na Itália
23.    José Marcio Gomes dos Santos Cunha – ex-Presidente do SINTRAPE, ex-Secretário-Geral da FETAM/CUT
24.    José Reinaldo Carvalho – Jornalista e editor do Resistência
25.    Laurindo Lalo Leal Filho - Sociólogo e Jornalista
26.    Lilian Vaz – Arquiteta
27.    Lucas Rafael Chianello – Advogado
28.    Lúcia Rodrigues - Repórter Especial da Caros Amigos
29.    Marcio Sotelo Felippe - Procurador
30.    Marília Equi Martins – Assistente social na USP e membra do grupo de estudos de Marx RP
31.    Mário Goncalves Viana Júnior – Engenheiro Civil
32.    Maurício Ianês – Artista Plástico
33.    Nilton Viana – Jornalista
34.    Patricia Valim – Historiadora
35.    Paulo Henrique Silva e Costa – Administrador
36.    Pedro Pomar - Jornalista
37.    Socorro Gomes – Presidenta do Conselho Mundial da Paz
38.    Valter Pomar – Professor da UFABC
39.    Wevergton Brito Lima – Secretário-Geral do Cebrapaz

Edição: Camila Rodrigues da Silva