Mulheres mães

Reforma trabalhista apresenta desafios para mulheres que amamentam, diz pesquisadora

Ambiente de trabalho pode ser determinante para que as mães consigam dar o leite do peito por mais tempo a seus filhos

|

Ouça o áudio:

O que antes era garantido pela CLT pode, agora, ser objeto de negociação entre as trabalhadoras e empregadores
O que antes era garantido pela CLT pode, agora, ser objeto de negociação entre as trabalhadoras e empregadores - USP Imagens

E quando chega a hora de voltar ao trabalho? No Brasil, a licença maternidade é de 4 meses, podendo, em alguns lugares, chegar a seis, que é o tempo, segundo a Organização Mundial de Saúde, que o bebê precisa de amamentação exclusiva.

A volta ao trabalho e a consequente falta de apoio podem ser obstáculos. Mas também, um ambiente de trabalho pode ser determinante para que as mães consigam dar o leite do peito por mais tempo a seus filhos.

É o caso de Maria Rosa Loula, mãe de Miguel. Ela conta como foi mais fácil manter a amamentação dentro de uma estrutura de trabalho que dava condições ideais.

Mas, infelizmente, essa situação ainda exceção e pode ficar mais difícil, na opinião da economista e pesquisadora da Sempreviva Organização Feminista, Marilane Texeira. Para a pesquisadora, os desafios de se manter amamentando com a nova legislação trabalhista é maior.

O que antes era garantido pela CLT, como por exemplo os intervalos para amamentação, pode ser objeto de negociação entre as trabalhadoras e empregadores.

Outra preocupação, ainda segundo Marilane Teixeira, é com relação aos trabalhos em locais insalubres.

Segundo as Nações Unidas, aumentar as taxas de amamentação para crianças menores de seis meses de vida para 90% no Brasil, poderia cortar custos de tratamento ou doenças comuns na infância, como pneumonia, asma e diarreia. O sistema de saúde brasileiro economizaria 6 milhões de dólares com essa ação.

Edição: Radioagência Nacional