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Encontro: para discutir soberania energética, MAB realiza campanha de arrecadação

Criada há 26 anos, organização realiza encontro nacional em outubro, no Rio de Janeiro (RJ), sobre modelo energético

São Paulo (SP) |

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Militantes do MAB durante um protesto em Belo Horizonte (MG)
Militantes do MAB durante um protesto em Belo Horizonte (MG) - Mídia Ninja

O Movimento dos Atingidos e das Atingidas por Barragens (MAB) iniciou uma campanha de financiamento coletivo pela internet. O principal objetivo da arrecadação é subsidiar o 8º encontro nacional do movimento, que ocorre entre os dias 1º e 5 de outubro, no Rio de Janeiro (RJ).

Rogério Höhn, da coordenação do MAB, explica que um dos objetivos do encontro e da campanha é a divulgação e fortalecimento da organização e de suas pautas. A entidade, criada há 26 anos, tem caráter nacional e organiza famílias impactadas por obras e barragens de hidrelétricas. 

"O movimento dos atingidos por barragens é formado por famílias, pessoas, homens, mulheres e crianças que, de certa forma, foram atingidos por projetos de barragens, mas também envolvem outras pessoas que são atingidas por este modelo energético, seja a partir do pagamento da tarifa de energia — que, no caso brasileiro, é absurdo — ou pessoas que se incorporam dentro dessa luta em defesa de uma sociedade mais justa e igualitária", explicou o dirigente.

Além da defesa de direitos, o MAB propõe a discussão de um novo modelo de produção e consumo de energia elétrica para o país, com a elaboração de um projeto energético popular.

Soberania

Outro objetivo do evento, segundo o Höhn, é ampliar o debate em torno do tema da soberania energética. Por isso, durante o encontro nacional, um ato em defesa da Petrobras será realizado na capital fluminense, com o objetivo de pontuar a importância da estatal como patrimônio do povo e para a soberania do país.

Durante o encontro nacional, o MAB define os rumos e estratégias da organização para o próximo período. Höhn considera que a resistência contra novos projetos de barragens na Amazônia e a reconstrução da bacia do Rio Doce, região no estado de Minas Gerais impactada pelo rompimento da barragem das empresas Samarco, Vale e BHP Billiton, são fundamentais para sensibilizar a sociedade. 

"A forma que essas empresas atuam, sejam no sul, no norte ou no nordeste, geralmente vem somado junto a ela a violação dos direitos humanos, os impactos ambientais e a apropriação individual privada dos recursos naturais para a geração de riquezas, deixando à mercê a população atingida por barragens, seja ela afetada diretamente ou não", disse.

A expectativa da organização é que ao menos 4 mil pessoas acompanhem as atividades do encontro na capital fluminense. A entidade recebe doações por meio de transferências bancárias. Você pode obter informações sobre como contribuir com o movimento neste link.

Edição: Simone Freire