Temer

Privatizações e extinção da Renca atentam contra futuro do país, dizem movimentos

Em nota, entidades afirmam que governo Temer está ameaçando a soberania e a integridade nacional

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
 Em um período de crise política e econômica, as posturas adotadas pelo governo federal não caminham na direção da geração de emprego
Em um período de crise política e econômica, as posturas adotadas pelo governo federal não caminham na direção da geração de emprego - Tomaz Silva/Agencia Brasil

O governo golpista do presidente Michel Temer (PMDB) anunciou nos últimos dias seus projetos de privatização da Eletrobras, uma das maiores empresas de energia do mundo e a líder na América Latina, responsável por mais de 30% da geração de eletricidade e por 50% das linhas de transmissão de energia do país. Outra empresa estatal que está na lista é a Casa da Moeda, instituição responsável pela emissão de cédulas e moedas e encarregada da emissão dos passaportes de cidadãos brasileiros.

Além disso, o governo também anunciou a extinção da Reserva Nacional do Cobre (Renca), uma área do tamanho da Dinamarca, que fica entre o Pará e o Amapá. A área é rica em minerais como ouro, cobre, ferro, manganês, diamante.

Tais medidas geraram repercussão nos movimentos populares que repudiam a entrega do patrimônio público ao setor privado. Alguns desses grupos produziram uma nota que critica a postura do governo. Para eles, "Temer atenta agora, descaradamente, contra a Soberania e a Integridade Nacional, o futuro do país e das próximas gerações de brasileiros".

Na avaliação dos movimentos, "com uma política econômica burra e antipopular, Temer, Meirelles e companhia abrem a Amazônia brasileira para que os interesses e a cobiça de estrangeiros finquem lá suas bandeiras". Em um período de crise política e econômica, as posturas adotadas pelo governo federal não caminham na direção da geração de emprego e retomada do crescimento do país, dizem.

Confira a nota na íntegra a seguir:

Com o apoio do grande capital internacional Temer e seus acólitos estão vendendo o Brasil

O Governo Temer sabe que fracassou em seus objetivos econômicos e que não possui qualquer legitimidade com 93% de toda a população brasileira contra seu governo, recorde de rejeição popular. No desespero de apegar-se ao cargo e ao título usurpado - posto que a alternativa ao Palácio do Planalto é o Presídio da Papuda - Temer busca apoio nos únicos setores que podem, ainda, garantir de forma ilegítima seu governo: o grande capital internacional.

Para isso Temer e seus acólitos consumaram o maior de todos os crimes. Não satisfeitos de levar a patamares nunca vistos antes neste país a exploração dos trabalhadores e trabalhadoras, de destruir a Educação, a Ciência & Tecnologia, Temer atenta agora, descaradamente, contra a Soberania e a Integridade Nacional, o futuro do país e das próximas gerações de brasileiros.

Através do impatriótico Decreto no. 9.142, do último dia 22 de agosto, os lesa-pátria extinguiram a Reserva Nacional do Cobre - RENCA. Trata-se de uma área do tamanho da Dinamarca, entre o Pará e o Amapá, rica em minerais como ouro, cobre, ferro, manganês, diamante, além de terras e águas, de imensa biodiversidade, lar de populações ancestrais como os Waiãpi e terras quilombolas.

Tudo isso em nome do "esforço fiscal" patrocinado pelo Ministro Henrique Meirelles. Ou seja, fracassado o Plano Meirelles, não conseguindo fazer o Brasil sair da grande depressão que as medidas de cortes de investimentos, - paralisia do PAC, extinção dos Programas Sociais dos Governos Lula e Dilma - além da destruição da Engenharia Nacional patrocinada pela dita Operação Lava-Jato, que destrói empregos, fecha empresas e liberta empresários corruptos, Temer e seus acólitos decidiram vender o Brasil.

Vender o futuro das gerações de brasileiros no exato momento em que o preço de bens minerais - que serão extraídos com a destruição da Floresta - estão em crise, em baixa no comércio mundial. Vamos destruir a floresta, expulsar os pequenos produtores e os povos ancestrais para dar ao estrangeiro nossas riquezas a preço aviltado, praticamente de graça.

Com uma política econômica burra e antipopular, Temer, Meirelles e Cia. abrem a Amazônia brasileira para que os interesses e a cobiça de estrangeiros finquem lá suas bandeiras. Exatamente por isso, num rasgo de brasilidade, os Militares, em 1984, havia criado a Reserva Nacional do Cobre – RENCA, que fechava a porta da Amazônia à cobiça estrangeira. Pois bem, na mesma semana que o general Comandante da Região Militar da Amazônia denunciava cortes astronômicos no orçamento de defesa e integração da região - com fechamento de aeródromos, de patrulhas fluviais, de postos de fronteiras e missões contra pirataria e o tráfico - Temer e Cia anunciam, em comum e prévio acordo com empresas estrangeiras, avisadas com anterioridade pelo próprio ministro de Minas e Energia, que a Amazônia está à venda.

Sabíamos do caráter ilegítimo e anti-povo de Temer e acólitos e eis que agora se rasga o véu e mesmo aqueles que até o momento não queriam ver - incluindo os que orgulhosamente gritam a saudação "Selva!" - devem reconhecer: Temer é uma grave ameaça à Soberania e à Integridade Nacional.

Fora Temer, eleições já!
Em Defesa da Soberania Nacional!

Brasil, 29 de agosto de 2017

SOS Brasil soberano
SENGE- RIO DE jANEIRO
Frente Brasil popular
MAM- movimento pela soberania popular na Mineração
MST
Via campesina Brasil

 

Edição: Vanessa Martina Silva