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PR: Vila Torres recebe o Grito dos Excluídos no feriado de 7 de setembro

Ato chega à 23ª edição no papel de denunciar a miséria, a fome e o desemprego

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Ato acontece em todo o país, desde setembro de 1995. Na foto, a marcha do último ano, em São Paulo (SP)
Ato acontece em todo o país, desde setembro de 1995. Na foto, a marcha do último ano, em São Paulo (SP) - Carta Capital

No próximo dia 7 de setembro, data que marca o feriado da Independência do Brasil, acontece em todo o país a 23ª edição do Grito dos Excluídos. Neste ano, o tema “Vida em primeiro lugar – por direitos e democracia, a vida é todo dia” traz a denúncia sobre o nosso modelo social, que concentra as rendas e riquezas e condena milhões à exclusão social.

Em Curitiba, o ato ocorre na Vila das Torres, a mais antiga zona favelizada da cidade. Ali, vivem mais de 2,2 mil famílias que trabalham, em sua maioria, como catadores de materiais recicláveis, e  enfrentam o desemprego e a violência que se manifesta como consequência da exclusão.

“Ao longo desses 23 anos, o Grito dos Excluídos/as se consolidou como um ato de resistência”, explica um dos organizadores, Jardel Lopes. “Enquanto há um sistema que exclui, descarta, mata e retira diretos, é preciso dar voz ao grito dos mais pobres. Além de mostrar resistência e rebeldia, o ato mostra que continuamos não aceitando a exploração e denunciando a realidade”, conta Lopes, que integra a Pastoral Operária da Igreja Católica de Curitiba.  

Caminhada

A concentração acontece a partir das 8h30, na Paróquia São João Batista, rua Baltazar Carrasco dos Reis, 696. Depois, os participantes saem em marcha pelo fim da violência e da exclusão, e por terra, teto e trabalho para todos. A ação é organizada por igrejas, movimentos e entidades sociais de Curitiba. 

Pela vida

As atividades do Grito dos Excluídos trazem a simbologia da luta mais urgente em nossa sociedade: pela vida e pela atenção às pessoas que não têm acesso mesmo a direitos fundamentais. Neste ano, num contexto de golpe político que acirrou as desigualdades, a solução proposta pelo ato é unir forças em uma luta coletiva.

Para Lopes, na defesa da soberania da vida, é preciso mobilizar e conscientizar para o fato de que o governo em exercício não tem consideração com o povo brasileiro. “Com direito não se negocia, mas a maioria dos representantes políticos está mais interessada no poder, dinheiro e domínio. Por isso, a luta é todo dia”, convida o organizador.

Edição: Ednubia Ghisi