A 4ª edição da Copa dos Refugiados começa nesta sexta-feira (15) e vai até o dia 24, em São Paulo. O campeonato reúne 250 jogadores de 16 nacionalidades.
A primeira edição foi inspirada na Copa do Mundo no Brasil, realizada em 2014 e teve o Haiti como campeão. Na última edição, em 2016, os campeões foram os representantes da República Democrática do Congo.
Nesta edição, a questão da mulher refugiada veio para o meio de campo. Pela primeira vez, elas também vão participar dos jogos em times mistos, como conta Jean Katumba, refugiado congolês e presidente da ONG África do Coração. Ele explica o que motivou a inserção da pauta feminina na Copa:
"Nós estamos topando também contra o machismo. As refugiadas às vezes ficam na torcida na sociedade. Na nossa cultura, para nós que viemos de países que mais têm uma cultura machista, esse jogo ajuda a gente a entender que a mulher faz parte do jogo, a mulher não pode ficar só na torcida", diz.
Katumba também ressalta a importância do evento: "Essa Copa não é com os refugiados, não é para os refugiados, mas essa Copa é dos refugiados. Significa que nós mesmos organizamos essa Copa para mostrar que somos capazes de dar o que é bom, que pode agregar".
O evento é realizado pela organização África do Coração, em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a Cáritas Arquidiocesana de São Paulo, o SESC e outras empresas e conta com o apoio da Prefeitura da cidade.
Neste ano, a final do campeonato será realizada no Estádio do Pacaembu, no domingo (24), às 15h. A entrada é gratuita e serão aceitas doações de alimentos não perecíveis que serão distribuídos a pessoas refugiadas em situação de vulnerabilidade.
Edição: Vanessa Martina Silva