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Vítimas da barragem de Mariana (MG) são lembradas em missa no Santuário de Aparecida

Missa marca o pontapé inicial do 8º Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragem

Brasil de Fato | Aparecida (SP) |

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Militantes do MAB adentraram o Santuário portando 19 cruzes marcadas com lama
Militantes do MAB adentraram o Santuário portando 19 cruzes marcadas com lama - José Eduardo Bernardes/ Brasil de Fato

Em memória às vítimas do rompimento da barragem em Mariana (MG), ocorrido em novembro de 2015, militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) participaram neste domingo (1), de uma missa especial no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo.

Na celebração, atingidos por barragens de diversas regiões do Brasil adentraram o Santuário portando 19 cruzes marcadas com lama, em lebramça a cada uma das vítimas da tragédia que atingiu toda a Bacia do Rio Doce.

Segundo Antonio Claret Fernandes, militante do MAB e padre da arquidiocese de Mariana, a homenagem é fundamental para dar ainda mais estímulo à luta dos atingidos.

“Quando se celebra essa realidade é a chance de realimentar e reassumir um compromisso com essas pessoas que foram assassinadas e com todo o povo que está sofrendo”, afirmou Fernandes.

Maria do Carmo, natural de Paracatu (MG), é uma das atingidas pela barragem da Samarco, uma subsidiária da mineradora Vale S.A. Sobrevivente do desastre, ela também participou da missa no Santuário. Para ela, as memórias daqueles que se foram não devem ser esquecidas.

“É muito importante [relembrar as vítimas], porque a empresa já esqueceu. Cada vez que a gente encontra uma oportunidade de estar falando sobre isso, para nós é um conforto, uma certa esperança que brota, de conseguir alcançar os direitos dos atingidos”, disse Carmo.

A celebração também carrega outras simbologias importantes. A data também é o pontapé inicial do 8º Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens.

A edição, que ocorre quatro anos após o último evento do gênero, em 2013, no interior de São Paulo, carrega o lema “Águas para a Vida e não para a Morte”.

Além disso, os atingidos denunciam as ameaças à soberania nacional promovidas pelo governo golpista de Michel Temer (PMDB), como as privatizações das empresas Eletrobras e Petrobras.

O encontro será realizado entre os dias 1º e 5 de outubro, na cidade do Rio de Janeiro, no Terreirão do Samba, na região central. Estão programadas uma série de atividades, entre elas, um ato em frente à Eletrobras, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Edição: Simone Freire