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Folhas, raízes e cascas: aprenda a preparar diferentes tipos de chás

Infusão e decocção são as maneiras mais conhecidas no Brasil de fazer a bebida

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Segundo a especialista Dani Lieuthier, o método mais comum de se preparar o chá é por meio da imersão das plantas na água quente.
Segundo a especialista Dani Lieuthier, o método mais comum de se preparar o chá é por meio da imersão das plantas na água quente. - Pixabay
Infusão e decocção são as maneiras mais conhecidas no Brasil de fazer a bebida

A infusão das folhas da planta Camellia sinensis com água quente deu origem ao chá. 

Tradicional da China, a bebida ficou mundialmente conhecida e acabou dando o nome para toda imersão de folhas, raízes, sementes e outras plantas na água quente. 

A especialista, Dani Lieuthier, fundadora do Instituto do Chá explica que o modo de preparo varia de acordo com cada planta:

“Por exemplo o hibisco, o melhor é não ferver. Quando a água começar a fazer as primeiras bolhinhas está aproximadamente 70 graus, aí deixa mais um pouquinho. Quando aumentar a velocidade das bolhinhas e elas ficarem um pouco maiores a água vai estar aproximadamente 80 graus. Então, essa é uma temperatura boa para fazer todas as infusões, com todas as ervas", ensina. 

O calor da água é determinante para extrair o sabor e os nutrientes das plantas. Mas, a especialista alerta que altas temperaturas e maior tempo das ervas na água não significam chás mais fortes.

“Eu falo: ah, mas eu gosto de chá bem forte, então eu vou ferver e vou deixar dez minutos. Não. Por que aí, o que acontece? Vai deixar o chá amargo e aí, não adianta colocar açúcar que não volta atrás".

O chá pode ser consumido como aperitivo ou com finalidade medicinal. Além da infusão, outro modo bastante usado no Brasil é a decocção. O método serve para preparar cascas, raízes e outras partes duras da planta. 

“A decocção é o que? Quando eu coloco junto com a água para ferver. Então, por exemplo, a casca do abacaxi que a gente tira, não joga fora, já coloca numa chaleira, num bule e põe para ferver com a água. E aí, o tempo vai variar de acordo com o ingrediente.”

Para liberar os óleos essenciais e os aromas das ervas como o hortelã e o capim limão, por exemplo, Dani também recomenda usar a técnica da maceração, antes de colocar a planta na água quente. 

“Na verdade a maceração é eu pegar a planta e esfregar ela. Então, por exemplo o boldo, eu posso macerar ele, pegar 4, 5 folhinhas, um pilão desses de fazer caipirinha esmagar e retirar as folhas e somente adicionar água quente ou fria.”

As ervas, cascas e frutas são fáceis de ser encontradas, muitas vezes estão nos próprios quintais e praças da cidade. Para evitar intoxicações é importante conhecer as contraindicações de cada planta. Daí, é só se deliciar com seu chá. 
 

Edição: Anelize Moreira