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Diversidade

Parada da Diversidade LGBTI de Curitiba acontece neste domingo (5)

Relembre casos recentes de homofobia no Paraná e confira o andamento das investigações

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
A intenção do ato é conscientizar a população sobre o respeito à diversidade e também combater a homofobia, que mata todos dos dias
A intenção do ato é conscientizar a população sobre o respeito à diversidade e também combater a homofobia, que mata todos dos dias - Diogo Cotovicz

A Parada da Diversidade LGBTI de Curitiba acontece neste domingo (5) e espera reunir 60 mil pessoas na região do Centro Cívico. A concentração está prevista para as 12h, na Praça 19 de Dezembro, seguida da tradicional marcha pela Avenida Cândido de Abreu até a Praça Nossa Senhora da Salete. 

Esta edição traz como lema “O que eu tenho a ver com isso?” e provoca a população a refletir o papel de cada pessoa no enfrentamento à discriminação e às violações de direitos contra lésbicas, gays, bissexuais, trans e intersexo. A ação é Promovida pela Associação Paranaense da Parada da Diversidade (APPAD).

A intenção do ato é conscientizar a população sobre o respeito à diversidade e também combater a homofobia, que mata todos dos dias: 340 LGBTIs foram mortos no Brasil em 2016, segundo a Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais.

O Brasil de Fato resgatou três casos emblemáticos no Paraná e verificou o andamento das investigações. Relembre:

1. Panfletos homofóbicos

Em abril deste ano, o casal João Pedro Schonarth e Bruno Banzato foi surpreendido com folhetos à porta da casa para onde eles se mudariam dentro de alguns dias, no bairro Água Verde, em Curitiba. O texto preconceituoso tentava amedrontá-los e afastá-los dali.

Amigos e vizinhos realizaram um ato em apoio ao casal (Foto: Ednubia Ghisi) 

Na época, os jovens registraram um boletim de ocorrência por crime de injúria. Hoje, a polícia já terminou as investigações: com base em evidências e testemunhas, encaminhou-se o nome de um suspeito ao Ministério Público. “O caso foi classificado como injúria qualificada porque homofobia ainda não é crime em nosso país”, pontua João Pedro. Agora, o casal aguarda o parecer do MP – caso o órgão aceite a denúncia, o suspeito passa a ser réu e a sofrer processo criminal.

2.  Queimadura de ácido

Um vendedor homossexual de 40 anos de idade saiu de casa, em maio deste ano, para comprar um lanche, no bairro Alto da XV, em Curitiba. Na volta à sua casa, foi abordado por um rapaz, que exigiu o celular do homem e disparou ofensas homofóbicas. Em seguida, jogou ácido em seu rosto.

Encaminhado ao Hospital Evangélico, a vítima foi internada em estado grave e sofreu queimaduras em seu rosto, tórax e braço. A Polícia Civil informou que o agressor ainda não foi identificado, mas que a investigação segue em andamento na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa.

3. Espancamento em Ponta Grossa (PR)

No município de Ponta Grossa, o massoterapeuta Sandro Murilo Pedrozo foi espancado por três homens em frente a uma casa noturna. Após quase um mês em coma, ele não resistiu aos ferimentos e morreu, no dia 13 de julho.

Um dos agressores foi condenado a 20 anos de prisão. O advogado responsável pelo caso, Fernando Madureira, diz que o crime foi tipificado como “latrocínio” – roubo seguido de morte. “Mesmo assim, o réu confessou ter pedido para fazer sexo com a vítima antes do homicídio”, ressaltou Madureira.

A classificação do crime como “latrocínio” impede que se avalie de modo preciso as estatísticas relativas às vítimas da homofobia, que acabam sendo subnotificadas. 

Edição: Ednubia Ghisi