América Latina

Movimentos populares pedem que Justiça permita que Evo dispute reeleição na Bolívia

Em marcha, manifestantes pretendem reverter decisão que nega participação de Morales em pleito que ocorre em 2019

|
Em fevereiro, governo propôs uma emenda à Constituição para permitir a segunda reeleição presidencial no país
Em fevereiro, governo propôs uma emenda à Constituição para permitir a segunda reeleição presidencial no país - Jose Lirauze/ABI

Grupos indígenas, camponeses, autoridades municipais e movimentos populares da Bolívia anunciaram a organização de uma marcha que deve ocorrer na próxima terça-feira (07). A manifestação começará na cidade de El Alto e seguira até a Praça São Francisco, em La Paz, capital do país. Os participantes pedem que a Justiça libere o presidente boliviano, Evo Morales, para concorrer a uma nova eleição.

Segundo os organizadores, esta marcha deve superar a anterior, que contou com a participação de 50 mil pessoas. “Todos vamos sair das comunidades para defender o processo de mudança, respaldar o governo e consolidar a liderança do presidente”, afirmou o deputado do Movimento Pelo Socialismo (MAS), Franklin Flores. Evo Morales é atualmente o presidente do partido.

Em um referendo realizado no fim de fevereiro, o governo propôs uma emenda à Constituição boliviana para permitir a segunda reeleição presidencial no país. A campanha entre o “sim” à emenda, promovida pelo governo, e o “não”, promovida pela oposição com amplo apoio da imprensa, foi acirrada, assim como o resultado final: o “não” venceu com 51,3% dos votos, contra 48,7% para o “sim”.

A regra que limita as reeleições foi feita enquanto Morales já ocupava seu primeiro mandato e, como a lei não pode retroagir, a contagem do número máximo de reeleições começou a partir da eleição seguinte, que deu direito ao presidente de exercer seu segundo mandato. Reeleito para um terceiro, ele pede à Justiça que derrube o limite para que possa se candidatar novamente.

Edição: Opera Mundi