Criminalização

MST desmente MBL e nega "invasão" e destruição de fazenda em Correntina, na Bahia

Movimento afirma, em nota, que não teve participação no ato e rebateu divulgação de "fake news"

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Central de distribuição de energia destruída, em uma das fazendas, na Bahia
Central de distribuição de energia destruída, em uma das fazendas, na Bahia - Reprodução/ Facebook

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) desmentiu, em nota divulgada nesta terça-feira (7), a informação de que a organização teria invadido as fazendas Igarashi e Curitiba, em Correntina, no interior da Bahia.

A notícia falsa, difundida com o apoio do grupo de extrema-direita MBL, Movimento Brasil Livre, dizia que o MST teria destruído as instalações de fazendas e promovido atos de “terrorismo”.

Na nota do MST, o movimento ressalta o caráter preconceituoso da especulação e a má apuração dos veículos de imprensa, difundindo as chamadas “fake news”, notícias falsas. Por outro lado, o movimento apoiou as denúncias contra o agronegócio e o direito do povo à terra.

Leia a nota na íntegra:

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) denuncia publicamente a má apuração dos fatos ocorrida por diversos veículos de comunicação a respeito da ocupação e manifestação de comunidades agrícolas nas fazendas Igarashi e Curitiba, nesta última quinta-feira (2), no distrito de Rosário, em Correntina, oeste do estado.

Várias manchetes apontam o MST como participante da ação, porém, enquanto organização popular, não há envolvimento nessa mobilização.  Mesmo assim, reiteramos que apoiamos as ações de denúncia ao agronegócio, principalmente quando existe um processo de privatização de recursos naturais e investimentos antipopulares, que neste caso, afeta diretamente as comunidades camponesas localizadas nas proximidades das fazendas.

Segundo relatos, o projeto de irrigação da Igarashi e Curitiba estão secando os rios Carinhanha, Corrente e Grande, além de provocar queda de energia na região. Essa situação não é diferente de diversas outras localidades no estado que sofrem com as ações de empresas nos territórios, que para garantir uma maior margem de lucro, não levam em consideração o impacto que tais iniciativas possuem ao meio ambiente e nas populações.

Paralelo a isso, não podemos esquecer que tais projetos cumprem o papel de esvaziar o campo, ao expulsar as comunidades de seu território a partir do processo de monopolização dos recursos hídricos. Isso se apresenta muito forte nas regiões do semiárido baiano, onde toda água dos afluentes são moedas troca compactuada com o Estado.

A luta pela terra e pela soberania dos povos é parte fundamental do projeto de sociedade que defendemos e nesse sentido, reafirmamos que os recursos naturais é um patrimônio de todas e todos e não devem ser usados para atender os interesses de uma sociedade segregadora, cujo objetivo é ampliar as desigualdades e a exploração do trabalho.

Seguiremos em Luta, até que todos sejamos livres!

Edição: Vanessa Martina Silva