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ESPORTE É LUTA

Há 49 anos, o pódio mais emblemático das Olimpíadas

Tommie Smith e John Carlos protagonizaram protesto pela vida do povo negro norte-americano

30.nov.2017 às 05h00
Atualizado em 17.fev.2025 às 02h18
Recife (PE)
Vinicius Sobreira
Eles não olharam a bandeira em respeito à nação, mas baixaram a cabeça e ergueram o punho, com luvas pretas: a saudação dos Panteras Negras

Eles não olharam a bandeira em respeito à nação, mas baixaram a cabeça e ergueram o punho, com luvas pretas: a saudação dos Panteras Negras - Acima: Reprodução da internet; Abaixo: Rodolpho Machado; Reprodução da internet; Michael Zagaris; e USA Today Sports.

O dia é 16 de outubro de 1968. O segundo dia das provas de 200 metros rasos nas Olimpíadas da Cidade do México. O norte-americano Tommie Smith, “O Jato”, justificou seu favoritismo e levou o ouro com o tempo de 19,83 segundos. O compatriota John Carlos levou o bronze. Ao cruzarem a linha de chegada, se abraçaram e fizeram os últimos ajustes para o protesto que entraria para a história do esporte.

Retiraram os sapatos e trajavam meias pretas. Subiram no pódio, receberam as medalhas e, ao tocar o hino dos Estados Unidos, eles não ergueram o rosto em respeito à nação, mas baixaram a cabeça e ergueram o punho, usando luvas pretas: a saudação dos Panteras Negras, organização política socialista e revolucionária norte-americana, fundada dois anos antes com o objetivo de organizar a população negra para enfrentar a violência causada pela polícia nos bairros negros. O maior atacante da história de Portugal, Eusébio (ex-Benfica), além dos brasileiros Sócrates (ex-Corinthians) e Reinaldo (ex-Atlético-MG) celebravam seus gols repetindo o gesto.

Os anos 1960 foram duros para a população negra norte-americana, com os assassinatos de Malcolm X (1965) e Martin Luther King Jr (1968). Além disso, os EUA estavam no meio da Guerra do Vietnã (1955-1975), de onde sairia derrotado e com aproximadamente 60 mil soldados mortos – em sua maioria negros. No esporte, o pugilista Muhammad Ali, campeão olímpico e mundial de boxe, perdeu seu cinturão em 1967 por se negar a ir lutar na Guerra.

Estimulados pelo também negro professor de sociologia Harry Edwards, da universidade em que eram bolsistas Tommie Smith e John Carlos, atletas negros de várias modalidades fundaram a associação Projeto Olímpico pelos Direitos Humanos (OPHR). Alguns membros, como a estrela do basquete Kareem Abdul-Jabbar, boicotaram os jogos olímpicos. Mas Tommie Smith e John Carlos foram, ganharam as medalhas e protestaram no pódio.

Mas o protesto em defesa das vidas negras não foi bem recebido pelas autoridades e imprensa. Os atletas foram duramente criticados até pelo Comitê Olímpico Internacional, que disse que não se pode misturar política e esporte.  A dupla de corredores teve seus vistos de permanência no México imediatamente cancelados e, no dia seguinte, foram expulsos da Vila Olímpica. Seus companheiros corredores do revezamento 4×400 quiseram abandonar os jogos, mas os medalhistas os convenceram a competir. Lee Evans, Larry James, Ron Freeman correram e levaram o ouro. No pódio, usaram boinas, outro símbolo dos Panteras Negras.

A dupla foi condenada ao esquecimento durante muitos anos até começarem a ser reconhecidos como símbolos da luta do povo negro norte-americano.

O homem branco
Junto a Tommie Smith e John Carlos está o australiano Peter Norman, o homem branco em segundo lugar no pódio. Naquela noite o corredor fez os 200 metros em 20,06 segundos, que permanece até hoje, 50 anos depois, como recorde nacional da Austrália para a modalidade. Ele não é negro e não ergueu o punho, mas usou o distintivo da OPHR no pódio como forma de demonstrar apoio ao protesto dos companheiros norte-americanos.

Na Austrália se vivia um momento de grande violência racista contra os aborígenes, população nativa da ilha continental. Norman também acabou relegado ao esquecimento pelas autoridades e se tornou alcoólatra. Mesmo décadas depois, nas Olimpíadas de Sidney 2000, nenhuma homenagem foi feita ao recordista nacional. Tommie Smith e John Carlos estiveram em seu funeral, em 2006.

Futebol americano hoje
Em 2012 o adolescente Trayvon Martin, de 17 anos, caminhava para a casa do pai, na Flórida, quando foi assassinado a tiros por um vigilante, que alegou legítima defesa. Mas Trayvon estava desarmado. Antes, em 2011, a vítima foi Anthony Lamar Smith. Outro caso similar, também emblemático, foi o de Michael Brown, em Ferguson.

Uma onda nacional de protestos da população negra das periferias se seguiu e os casos de violência policial contra jovens negros passaram a ter mais repercussão na sociedade e na mídia.  Os protestos contra a violência policial foram muitas vezes respondidos com mais violência policial e mortes de outros jovens negros. Para completar, boa parte dos assassinos foi inocentado pela justiça norte-americana.

Os fatos citados, somados à desigualdade brutal entre negros e brancos nos Estados Unidos, inspirou o jogador de futebol americano Colin Kaepernick a protestar antes de todos os jogos. Desde o segundo semestre de 2016, o quarterback não cantava o hino com a mão no peito, mas se ajoelhava. O gesto teve muitas críticas, mas também muitas demonstrações de apoio, inclusive de outros jogadores do seu então clube, o San Francisco 49ers.

Mas não importa se o protesto é justo, o tratamento dado a quem protesta permanece o mesmo de outros tempos. No meio deste ano, quando as equipes montavam elenco para a temporada 2017/2018, Colin Kaepernick foi demitido do San Francisco e nenhum outro clube quis contratá-lo, apesar de ser um dos 10 melhores quarterbacks do campeonato.

Mas outros atletas seguiram protestando, o que levou o caricato presidente Donald Trump a se pronunciar, no último mês de setembro, nas redes sociais pedindo justamente que os clubes demitissem qualquer atleta que repetir o protesto. Os jogadores responderam em massa ao conservador: brancos e negros, eleitores de Trump ou não, a maior parte dos atletas – e até cantores que interpretam o hino – realizou protestos antes dos jogos, se ajoelhando e, novamente, erguendo o punho, mostrando que ninguém mais ficará em silêncio diante do racismo.

Editado por: Monyse Ravena
Tags: brasil de fatodesigualdadeestados unidoseuaméxicoolimpiadaspernambucoprotestoracismo
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