Resistência

MST organiza feira da reforma agrária com alimentos sem veneno em Belém

Objetivo da feira é dialogar com a sociedade e mostrar a produção dos acampamentos e assentamentos do movimento no Pará

Belém (PA) |
Calcula-se que seis toneladas de alimentos produzidos pelos agricultores dos acampamento e assentamentos serão expostos na feira
Calcula-se que seis toneladas de alimentos produzidos pelos agricultores dos acampamento e assentamentos serão expostos na feira - Luiz Fernando / Ascom MST-SE

Durante três dias Belém recebe a segunda Feira Estadual da Reforma Agrária do MST, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra. Debates, atrações culturais e comercialização de alimentos sem veneno produzidos nos assentamentos e acampamentos fazem parte da agenda que o movimento apresenta à sociedade.

A abertura inicia na sexta-feira (1°) e encerra no domingo (3), e a feira será exposta em frente ao Mercado de São Brás. Ulisses Manaças, da direção nacional do MST no Pará, conta qual é a proposta da feira: “A ideia é fazer um grande intercâmbio com a população da cidade para debater o tema da reforma agrária e mostrar um pouco para a sociedade o que são as produções dos assentamentos do movimento sem-terra para fazer um novo diálogo na perspectiva de abrir uma agenda positiva, então vêm produtores de todos os assentamentos do estado do Pará”.

Manaças calcula que cerca de seis toneladas de alimentos produzidos sem agrotóxicos, de forma agroecológica, virão para a capital paraense. Serão verduras, legumes, hortaliças, frutas, produtos beneficiados e feitos pelos agricultores como licores, farinha, doces e queijos.

A segunda edição da Feira Estadual da Reforma Agrária terá a presença de lideranças de outras organizações e movimentos populares e políticos, como o ex-prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad, do PT.

Para Beatriz Luz, militante do movimento, a feira também é considerada um ato de resistência e denúncia frente aos ataques contra os sem terras: "Pra gente no Pará essa feira também tem o objetivo e caráter de denuncia que é justamente pelo processo de ofensiva do latifúndio e a gente vem resgatando na feira que essa mesma terra onde a gente é despejado e foi recentemente com 700 famílias, uma escola com muita criança estudando é a mesma terra que produz o alimento que a classe trabalhadora precisa comer”.

Além da possibilidade de comprar alimentos sem agrotóxicos o evento terá debates sobre a criminalização das lutas dos movimentos sociais, a violência no campo no Pará e a importância de uma alimentação saudável sem veneno.

A feira contará com muitas apresentações da cultura camponesa, como grupos de carimbó e artistas musicais que apoiam a reforma agrária como Rafael Lima, Jussara Abe, Glauber Martins, Pelé do Manifesto, Joelma Cláudia, Grupo de Carimbó Africanos de Icoaraci, Vozes de Fulô, Lauvaite Penoso e Batuque das Marias.

 

Edição: Vanessa Martina Silva