Caravana

Na Baixada Fluminense, Lula ouve histórias de resistência do povo brasileiro

Em Nova Iguaçu, ex-presidente encontrou Éverton Silva, deficiente visual, que se formou em Ciência Política pelo Prouni

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Lula se encontra com população em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense
Lula se encontra com população em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense - Ricardo Stuckert

A caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao interior fluminense, nesta quinta-feira (8), passando pelas cidades da baixada: Duque de Caxias, Belford Roxo e Nova Iguaçu. Com o projeto Caravana Lula pelo Brasil, o petista decidiu viajar para, segundo ele, conversar com o "coração do povo". E é isso que tem feito durante todo o trajeto que, desde segunda-feira (4), corta os estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Pelo caminho, Lula encontrou o povo e ouviu suas histórias de superação. Histórias como a de Éverton Silva, deficiente visual da cidade de Nova Iguaçu, que se formou em Ciência Política pelo Prouni, programa criado na gestão do ex-presidente, que possibilitou o acesso de milhões de jovens ao ensino superior. 

"Assim como o senhor, eu nasci com dificuldade, eu nasci em um bairro pobre. E só poderia ter sido um presidente que é do povo para criar políticas públicas para ajudar o povo. E é graças a essas políticas públicas que um cego, filho de uma doméstica e de um pedreiro com pouquíssimo estudo, pôde se tornar cientista social pela maior universidade privada do país", disse.

Lula também conheceu Silvia Mendonça, da cidade de Duque de Caxias. A petista de carteirinha, como se define, e ativista do movimento negro caxiense, conta que não é de hoje que batalha pela candidatura de Lula à presidência.

“Em 1989, nós já estávamos aqui com Lula para que ele fosse nosso presidente. Ele foi, transformou a vida das mulheres, homens e jovens negros da população brasileira. Saiu e vai voltar com a força desse povo. Porque a gente quer devolver ao Brasil, a cada brasileiro e brasileira, a autoestima, o empoderamento", disse.

Durante a caravana, Lula tem se defendido das acusações da Operação Lava Jato. Além disso, afirmado iniciar mais uma caravana porque, segundo ele, os presidentes não conhecem o país.

"Em 1989, quando eu perdi as eleições para o Collor, eu descobri que nenhum candidato à Presidência da República conhecia o Brasil. Porque a gente sobe no avião, desce na capital, entra em um carro, vai para o palanque, volta para o avião, vai para outro palanque. Eu decidi que a gente deveria viajar o Brasil para a gente conversar com a alma do nosso povo, conversar com o coração do nosso povo e sentir de perto as entranhas desse país", disse.

Lula afirma que as viagens pelo Brasil servem também para saber, de cada homem e cada mulher, o que aconteceu com o país desde que deixou a presidência. O ex-presidente criticou os retrocessos promovidos pelo governo golpista de Michel Temer (PMDB), principalmente os que mexem diretamente com o trabalhador. 

"Agora querem mexer na previdência, dizendo que a previdência é deficitária. Eu vou contar uma história para vocês. De 2004 a 2014, a Previdência brasileira foi superavitária porque nós criamos 20 milhões de empregos com carteira assinada, porque nós formalizamos três milhões de pequenos empreendedores individuais", discursou.

E é para reativar os direitos sociais que Lula espera se candidatar nas próximas eleições presidenciais em 2018. Para a deputada federal Jandira Feghalli (PCdoB-=RJ), é fundamental que o ex-presidente tenha garantido o seu direito de concorrer ao pleito.

"Acho fundamental que a gente garanta que, democraticamente, o Lula continue na batalha política. Nossa presença é para defesa do povo, de um projeto de Brasil. Mas, acima de tudo, uma defesa de que o Lula possa ser candidato", pontuou.

A Caravana Lula Pelo Brasil segue seu caminho pelo Rio de Janeiro nesta sexta-feira (8). Na parte da manhã, às 11h, o ex-presidente visita o campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Nova Iguaçu. De lá parte para a capital carioca, para um lado em defesa da educação, na Concha Acústica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

Edição: Simone Freire