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Editorial | Julgamento de Lula expõe seletividade e ameaça à democracia

Pela Lei da Ficha Limpa, isso pode tornar Lula inelegível, embora há recursos cabíveis pela defesa

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Não foram apresentadas provas que vinculem Lula à corrupção. Não há documentos ou registros em cartório. Apenas convicções políticas
Não foram apresentadas provas que vinculem Lula à corrupção. Não há documentos ou registros em cartório. Apenas convicções políticas - Ricardo Stuckert

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) julgará, no dia 24 de janeiro de 2018, os recursos do ex-presidente Lula, condenado pelo juiz Sérgio Moro por supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Pela Lei da Ficha Limpa, isso pode tornar Lula inelegível, embora há recursos cabíveis pela defesa. O objetivo da acusação é o caso do tríplex do Guarujá, da construtora OAS, supostamente presenteado a Lula. Porém, não foram apresentadas provas que vinculem Lula à corrupção. Não há documentos, não há registros em cartórios em nome dele. Há apenas convicções políticas, em um roteiro traçado desde a queda de Dilma Rousseff, em 2016.

Não se pode, então, seguir com arbitrariedades presentes na Operação Lava Jato. O trâmite do julgamento tem velocidade inédita: até outubro de 2017, o tempo médio dos processos da Lava Jato, no TRF-4, foi de 14 meses e meio. Lula será julgado em apenas 4 meses. Essas arbitrariedades reforçam a criminalização atual de militantes dos movimentos populares e do povo brasileiro.

As jornadas pela democracia que ocorreram em Curitiba (maio e setembro) e as caravanas de Lula pelo país revelam seu vínculo com o povo. A proibição da candidatura, baseada em um julgamento parcial, causaria um corte profundo em nossa já frágil democracia.

Edição: Pedro Carrano