2018

Em nota, Consulta Popular relembra resistência militante de 2017

Partido aponta os principais desafios colocados para 2018 e reafirma o vínculo com as lutas populares da América Latina

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Partido afirma que 2018 será momento de centrar esforços nas mobilizações populares
Partido afirma que 2018 será momento de centrar esforços nas mobilizações populares - PH Reinaux e Vinícius Sobreira/ Brasil de Fato Pernambuco

Em 2018, as ações de resistência prometem seguir polarizadas, o que deve exigir mais organização das forças populares, uma vez que haverá eleições no Brasil, Venezuela, Colômbia, México, Paraguai e Costa Rica. Esta é uma das avaliações que constam na nota divulgada pela Consulta Popular, nesta última semana de 2017. 

O contexto de recrudescimento do neoliberalismo e a onda reacionária que atingiu o Brasil e colocou em risco as conquistas populares da última década, segundo o partido, está colocado também para toda a América Latina. 

Particularmente sobre o cenário brasileiro, a nota ressalta a realização do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para o dia 24 de janeiro no Tribunal Regional Federal da 4ª Região Administrativa, em Porto Alegre. "A hora é de mobilização", afirma.

Confira a íntegra do documento abaixo ou portal da Consulta Popular.

Nuestra America está em resistência e luta!

No mês de dezembro, diversas resistências estão sendo feitas no continente latinoamericano, mostrando a disposição do povo a resistir contra a aplicação de políticas antidemocráticas, de arrocho e cortes de direitos contra a classe trabalhadora. 

O contexto de acirramento da crise mundial e de forte ofensiva neoliberal e imperialista revela a disposição das elites latino-americanas em acabar com as conquistas populares da última década. 

No Brasil, o desgaste do governo Temer, as greves e lutas ao longo de 2017 (8 e 15 de março, 28 de abril e 30 de junho), ao lado da brava resistência de nove militantes do MPA, MTD e MMC, que realizaram greve de fome de quase dez dias, forçou o governo golpista a jogar a votação do desmonte da Previdência para fevereiro. 

Na virada do ano, a luta segue pelo direito de Lula ser candidato às eleições, contra a possível criminalização e julgamento seletivo anunciado para o dia 24 de janeiro, no TRF4, em Porto Alegre. Contra as acusações sem apresentação de provas reais pelo juiz Sérgio Moro, a hora é de mobilização, nos estados e nas caravanas rumo a Porto Alegre!

Em países irmãos, assistimos à resistência massiva e nas ruas de trabalhadores argentinos contra a reforma da previdência de Macri, aprovada pelo parlamento, de costas para o povo – reforçando o fato de que as políticas neoliberais são aplicadas conjuntamente a serviço do capital financeiro e do imperialismo em nosso continente. 

Em dezembro, tivemos também a continuidade do roteiro golpista em Honduras, quando o candidato da “Aliança Contra a Ditadura”, Salvador Nasralla, à frente inicialmente na apuração de votos das eleições, perde por pouco mais de um por cento, após demora de 21 dias na divulgação dos resultados e uma estranha “pane” no sistema do Tribunal Supremo Eleitoral hondurenho. 

O combativo povo hondurenho foi às ruas e o presidente golpista, Juan Orlando Hernández, decretou estado de exceção. No país, houve assassinatos de militantes e pessoas feridas durante os protestos. Nossa solidariedade e apoio a todas as lutadoras e lutadores do povo, feridos ou mortos nessas batalhas importantes em nosso continente. 

A ampla vitória do governo Maduro nas eleições estaduais na Venezuela – passada a exitosa instalação da Assembleia Constituinte – e o vigor do processo na Bolívia reforçam o êxito de quando a resistência dos governos populares se dá calcada na convocatória do povo a ser parte do processo de transformação. 

No Chile, em que pese a preocupante vitória do neoliberal Sebastián Piñera, a coalizão de esquerda Frente Ampla consolidou-se como força política importante no país. 

Em 2018, a luta promete seguir polarizada, o imperialismo agressivo em sua aplicação de políticas e intervenções, o que deve exigir mais organização das forças populares, uma vez que haverá eleições no Brasil, Venezuela, Colômbia, México, Paraguai e Costa Rica. 

Com ânimo e sabendo que a luta de classes se dá de forma aberta e com desenlace imprevisível neste momento histórico, é preciso fortalecer a organização popular, a unidade entre as organizações de esquerda, em cada país, no continente e no mundo. 

A Assembleia Internacional de Movimentos e Organizações dos Povos, de 27 de fevereiro a 6 de março, será também um momento especial para esse fortalecimento da unidade entre os povos em resistência de todos os continentes. Bom final de ano e boas festas. Um 2018 de muitas lutas e conquistas! Somos Projeto Popular!

Edição: Simone Freire