Parlamento

Diap: há poucas chances de mudanças na Previdência serem votadas

Centrais discutem greve geral para 19 de fevereiro, data apontada pelo Congresso para votação da proposta

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Henrique Meirelles, ministro da Fazenda e um dos principais articuladores da chamada Reforma da Previdência
Henrique Meirelles, ministro da Fazenda e um dos principais articuladores da chamada Reforma da Previdência - Lula Marques/AGPT

O presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) marcou para o dia 19 de fevereiro a votação da chamada Reforma da Previdência, que aumenta prazos e diminuí benefícios relativos à aposentadoria. Entretanto, para Antonio Augusto de Queiroz, diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), as chances da questão ser novamente adiada são grandes.

Mesmo com o histórico de adiamentos, as centrais sindicais debatem e se preparam para uma greve geral na data prevista para votação. Segundo Queiroz, a mobilização das entidades de trabalhadores, aliada a outros fatores, torna “muito provável” que o governo seja mal-sucedido em sua agenda para a Previdência. 

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“No retrato do momento, o governo não tem voto suficiente para aprovar essa matéria no Congresso. As chances são grandes de não se aprovar.  A votação não será feita e o governo só vai submeter à voto com a garantia de aprovar”, projeta Queiroz. 

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O diretor do Diap afirma que votações polêmicas conduzidas pelo Planalto ampliaram a impopularidade dos congressistas junto à população, o que os leva a resistir à chamada Reforma da Previdência. Entre tais votações, destacou as denúncias contra Temer, a reforma trabalhista, alterações nas regras do pré-sal e a emenda constitucional que limita investimentos públicos. 

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“O governo está fazendo um esforço de votar antes do período eleitoral, para contar com a simpatia dos parlamentares. O problema é que o desgaste dos parlamentares já foi tão absurdo com as votações anteriores, que não há hipótese [nesse momento] de votarem a favor”, analisa. 

Enquanto o governo, nas palavras de Queiroz, faz uma “campanha mentirosa” e realiza “barganhas não-republicanas” em busca de apoio, o sindicalismo se movimenta tendo dia 19 em vista. Rodrigo Rodrigues, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT-DF), afirma que a data será marcada por protestos com ou sem decisão final do Parlamento. 

“O governo tem adiado constantemente a votação. Nós vamos continuar a mobilização, fazendo a denúncia nas bases. Independente disso, dia 19 foi marcado, então nós miramos essa data como um dia de atos e protestos. A CUT tem uma decisão de congresso feita ano passado que se resume na palavra de ordem 'se colocar para votar o Brasil vai parar'. Se a decisão do governo for de votar, nós vamos chamar uma greve geral”, diz.

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O Planalto vem utilizando diversos meios para angariar apoio. No final de 2017, admitiu que só liberaria recursos da Caixa Econômica Federal aos estados caso os governadores garantissem votos favoráveis de suas bancadas.  

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Edição: Simone Freire