A I Semana Feminista que aconteceu de 19 á 21 de janeiro, em Mossoró (RN), homenageou Amélia Reginaldo, uma lutadora do povo potiguar que contribui na Revolução de 1935, a atividade é fruto de um processo de formação desenvolvido no projeto “Mulheres Rurais no Território da Cidadania: Construindo um novo protagonismo”, realizado pelo Centro de Referência em Direitos Humanos do Semiárido (CRDH), em parceria com o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), tendo como uma das principais propostas o diálogo e a unidade com outros movimentos populares na formação feminista.
Entre os assuntos que envolveram a semana, podem-se destacar as pautas da reforma da previdência social e os impactos na vida das mulheres, os direitos sociais e a construção do Feminismo Popular, preparando-se para o 8 de março, data que marca internacionalmente a luta das mulheres. Estavam presentes 40 participantes de diversos movimentos populares como o Levante Popular da Juventude, o Coletivo Amélias: Mulheres do Projeto Popular, Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB).
Para Cristina Dias, do Coletivo Amélias, “A semana feminista oportunizou a troca de conhecimento e experiências entre as mulheres e os movimentos sociais do campo e da cidade que pautam o feminismo popular”. Outra participante, Clara Medeiros, do MMC, comenta “a semana feminista demarca que estamos organizadas, construindo uma consciência feminista cada vez mais presente em todas as esferas sociais”.
Durante os três dias foram debatidos na formação os seguintes temas: as origens da desigualdade, facilitado por Larissa Pinheiro, mestranda do programa de pós-graduação em serviço social e direito social da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN); capitalismo, patriarcado e racismo: um sistema de exploração, facilitado por Janaiky Almeida, militante da AMB e professora do curso de licenciatura em educação do campo da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) e o tema Questão agrária no Brasil, feminismo e agroecologia: desigualdades e resistências no acesso a terra – ministrado por Michela Calaça da direção nacional do MMC e doutoranda do programa de pós-graduação e ciências sociais da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
“Consideramos que as atividades de formação política e de intercâmbio entre distintas organizações sociais, foi um elemento importante para o avanço de nossas resistências individuais e coletivas na luta contra a exploração e desigualdade que vivenciamos. As atividades desenvolvidas durante a semana feminista também possibilitou um importante espaço de fortalecimento do movimento feminista no Rio Grande do Norte”, destacou Janaiky Almeida, uma das organizadoras da atividade.