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Cultura

Grupos de matriz africana fazem “Afoxé da Paz” no pré-carnaval

Chamada de Afoxé, que acontece de sexta a sábado (26 a 28), leva tradições de matriz africana para a rua

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Evento tem início às 19h desta sexta (26)
Evento tem início às 19h desta sexta (26) - Chico Rocha

A festa dos orixás vai desfilar nas ruas de BH neste fim de semana. Acontece no Centro de Referência da Juventude (CRJ), dos dias 26 a 28 de janeiro, a VII Chamada de Afoxé. O afoxé é a junção de dança, instrumentos de percussão (atabaque, agogô, xequerê) e músicas em português e também em Iorubá, uma das línguas faladas na África.

A integrante do grupo de capoeira Lenço de Seda (CECAB), Ana Maria Maia, que participa da organização, explica que o afoxé literalmente significa “a fala que faz acontecer”. Belo Horizonte teve um grupo de Afoxé de 1980 a 1988, o Ilê Odara, mas fundou após a morte de Mãe Gigi. O evento “Chamada de Afoxé” nasce em 2011 e traz novamente a tradição para a capital mineira.

O evento tem como mentor o Mestre Moa do Katendê. Ele é um dos fundadores do Ilê Odara e também fundador do Badauê e do Amigos do Katendê, afoxés de Salvador. O mestre é compositor, dançarino, capoeirista, artesão, ogã (chefe) percussionista e educador, natural de Salvador. Hoje faz oficinas de afoxé em diversos estados do país e na Europa.

Quem pode participar?

Segundo Rômulo Marcio, da Companhia de dança Motumbá, que também organiza o evento, a Chamada é aberta a todas as pessoas que estão buscando “um novo caminho de comunhão com as pessoas da própria cidade. É o afoxé da paz”. Para pagar os custos, os organizadores fazem uma rifa no valor de R$10 de um berimbau e um atabaque, e contam com a doação voluntária de apoiadores.

Programe-se

Na sexta (26) acontece a abertura, às 19h, com o “Círculo de Saberes – Entre a Fé e o Direito. Debate das políticas públicas e as práticas religiosas de matrizes africanas”. No sábado (27) é realizada a Oficina de Ritmo, Canto e Dança com Mestre Mao do Katendê, das 9h às 18h. E no domingo (28), os participantes saem em cortejo, junto ao Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (CENARAB), contra a intolerância religiosa e pela Democracia. A concentração é às 13h em frente ao CRJ e cortejo às 15h, rumo à Praça da Liberdade. “Participe, venha de branco”, convoca a chamada. Todo o evento é gratuito.

Edição: Joana Tavares