UFMG

Festival de verão une universidade e população

Evento começa antes do Carnaval de Belo Horizonte, com série de atividades gratuitas e abertas ao público

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |

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Uma das atrações do festival é o coletivo Show The Pulso in Chamas, que divulga a arte drag na cena LGBT de BH
Uma das atrações do festival é o coletivo Show The Pulso in Chamas, que divulga a arte drag na cena LGBT de BH - Divulgação

O mês de fevereiro já começa com uma ótima opção cultural em Belo Horizonte: o 12º Festival de Verão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que vai do dia 5 ao 8. Antes realizado no carnaval, hoje o projeto antecede a folia, com muitas atividades gratuitas para quem quiser participar. 
Desenvolvido pela federal, o evento nasceu com o propósito de ser uma ponte entre o que a universidade produz e a comunidade. Quem conta a história é o diretor artístico do festival, Juarez Guimarães Dias. “É o encontro da academia com a cidade, que quer integrar as pessoas e trocar saberes com um público não exclusivamente universitário. Por isso, as atividades são realizadas fora do campus principal, que é o Pampulha, e estão concentradas nos equipamentos da UFMG, como o Centro Cultural, Observatório e também no campus da saúde [na Alfredo Balena]”, diz. 
Ele explica que a difusão do conhecimento está também presente no tema deste ano, que trata dos “universos expandidos”, já que a universidade tem o poder de concentrar vários tipos de estudantes, com diferentes experiências de vida, em só um lugar. O projeto também quer discutir como a produção cultural tem contribuído para o cotidiano da população.
Estão programados shows, intervenções, um grande ciclo de palestras e oficinas (únicas iniciativas que serão cobradas, no valor de R$ 20 por inscrição). Como novidade, acontece um espaço somente para crianças, no qual elas serão guiadas por um passeio nos ambientes da UFMG e irão registrar seus aprendizados, além de visitarem a Ocupação Carolina de Jesus, no Centro da capital.
Outra ação é “O nada e outras atoíces”, que será realizado no campus da saúde e convidará os passantes a pararem um pouco a correria da rotina para ficar um momento sem fazer nada, jogando conversa fora. 
Palestras
O ciclo acontece também do dia 5 ao 8, especificamente no mini auditório do Conservatório da UFMG. Ao todo, são seis debates com assuntos como transexualidade, física, saberes indígenas e artes cênicas. Este último será conduzido pelo pesquisador Marcos Alexandre, que antecipa que a conversa irá tratar sobre os diversos olhares sobre o teatro negro. 
“Muitos acreditam que o teatro negro só trata da questão religiosa, mas o que queremos mostrar é que a religiosidade continua sendo um elemento, mas existe muito mais. Hoje falamos das identidades e subjetividades negras, da solidão da mulher negra, do trabalho e da escola do negro. A ideia é exatamente expandir o conhecimento que temos sobre a área”, declara Marcos.
Ele chama a atenção para o fato do festival não ser apenas focado em quem frequenta o ensino superior. “A Universidade mudou depois das cotas e se viu obrigada a abrir a visão, mudar sua forma de produzir. E o festival possibilita isso, que os grupos trabalhem com suas próprias inquietações e problemas”, diz. A palestra de Marcos, cujo tema é “Olhares expandidos a partir da perspectiva do teatro negro”, será realizada no dia 6 de fevereiro, das 11h às 12h.
Anote aí!
Toda a programação está no site www.ufmg.br/festivaldeverao. É também por lá que as inscrições são registradas, até domingo (4).
 

Edição: Joana Tavares