VALORIZAÇÃO

Festival consolida retomada cultural em São Cristóvão

Após doze anos, a realização do Festival de Artes de São Cristóvão projetou Sergipe para o cenário cultural nacional

Brasil de Fato | São Cristóvão (SE) |
Durante três dias, o Festival brindou o público com atrações locais e nacionais de diferentes áreas do cenário artístico-cultural
Durante três dias, o Festival brindou o público com atrações locais e nacionais de diferentes áreas do cenário artístico-cultural - Márcio Garcez

Criado em 1972, o Festival de Artes de São Cristóvão (FASC) foi idealizado por alunos e professores da Universidade Federal de Sergipe (UFS). O evento, que pretendia dar espaço à expressão cultural de uma geração, marcou época. E justamente num período em que fazer arte no Brasil poderia representar um perigo, já que vivíamos o auge da censura durante a ditadura militar.

Em 2005, após 32 edições, o Festival foi realizado pela última vez até então. A política cultural do município foi sendo gradativamente abandonada juntamente com a organização do Festival.

Doze longos anos se passaram até que, em 2017, num processo de retomada da valorização da história e da cultura em São Cristóvão, o Festival foi revivido no dia 1º de dezembro. Em sua 34º edição, o FASC consolidou um movimento que recolocou a cultura no centro do desenvolvimento da cidade.

“Foi bonito ver o brilho nos olhos das pessoas de nossa cidade. O retorno foi importante porque trouxe uma esperança para o povo são-cristovense. Depois de tantos altos e baixos que temos passado, o FASC possibilitou um novo olhar para a nossa cidade”, comemorou a artesã e bonequeira Ana Alice.

Durante três dias, o Festival brindou o público com atrações locais e nacionais de diferentes áreas do cenário artístico-cultural. Música, teatro, artes plásticas, literatura, folclore, fotografia. Expressões que se encontraram e se multiplicaram, deixando como legado o fortalecimento da cultura do povo sergipano. Estava de volta um dos mais importantes movimentos culturais de Sergipe.

Filho da terra, Julico Andrade, cantor da banda The Baggios, falou para a Expressão Sergipana sobre a experiência de se apresentar durante o festival. "Fiquei muito honrado em poder voltar a minha cidade depois de tanto tempo. Tivemos um público com muita expectativa e ânimo para ver a nossa apresentação. Foi um dos shows mais emocionantes de minha vida, vai ficar na memória para sempre", contou.

Ressurgido pela iniciativa da Prefeitura de São Cristóvão juntamente com a UFS, o FASC projetou Sergipe e São Cristóvão para o cenário cultural nacional. O resgate era desejo da comunidade são-cristovense, de intelectuais, artistas e agentes culturais, de mestres da cultura popular e de setores da UFS.

Para o Prefeito Marcos Santana (MDB), “o Festival de Arte de São Cristóvão representa, acima de tudo, uma trincheira de resistência cultural, em defesa da arte que é produzida pelo povo. Se depender de nós, da nossa gestão à frente da Prefeitura de São Cristóvão, o FASC será cada vez mais valorizado, cada vez mais aberto à participação das mais diferentes manifestações artísticas existentes em Sergipe e no Brasil”.


Este conteúdo foi originalmente publicado na versão impressa (Edição 0) da Expressão Sergipana. Confira a edição completa

Edição: Erick Feitosa