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Início Direitos Direitos Humanos

Habitação

Famílias conquistam casa própria através da luta popular

Mulheres do Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos relatam a importância da organização na luta por moradia

05.fev.2018 às 05h00
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h41
Aracaju (SE)
Bruna Daniely
Dona Valdete Souza e sua família na sua casa nova, no conjunto Residencial Senador José Eduardo Dutra, no bairro Porto D’antas, em Aracaju

Dona Valdete Souza e sua família na sua casa nova, no conjunto Residencial Senador José Eduardo Dutra, no bairro Porto D’antas, em Aracaju - Luiz Fernando

Ter endereço, caixa de correio, um lugar para voltar no fim do dia cansativo de trabalho, para alguns é rotina, mas para muitos trabalhadores a realidade é bem diferente. O alto preço do aluguel, o baixo salário, o desemprego, a má distribuição de renda estão longe do ideal posto na Constituição Federal que prevê o direito de moradia digna e salário justo para todos.

De acordo com dados da Fundação João Pinheiro de 2015, o déficit habitacional de Sergipe corresponde a 12,1% do total de domicílios do Estado. Está acima da média do Nordeste de 10,9% e do Brasil de 9,3%. Assim como os outros estados, 82,38% desses domicílios estão em áreas urbanas. A maior parte da composição do déficit em Sergipe (49,5%) corresponde às habitações de famílias que sofrem com o ônus excessivo do aluguel. Em 33,3% ocorre a coabitação de mais de um núcleo familiar. São classificados como domicílios precários 13,2% e 4,0% são alugados em situação de adensamento excessivo.

Diante dessa realidade, surgiu o Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (MOTU), cujo propósito é a luta por moradia. Desde a sua primeira ocupação, a “Ana Patrícia”, no Clube da Telergipe, no Robalo/Aracaju, em 2007, o movimento cresceu e obteve muitas conquistas.

O conjunto Residencial Senador José Eduardo Dutra, no Porto D'antas/Aracaju, por exemplo, representa uma grande conquista do Motu. Das 580 casas entregues em 2016, 100 foram destinadas para famílias da ocupação 1º de Maio, que era situada no Siqueira Campos.

Dona Valdete Souza, recebeu uma das casas e lembra como era a rotina na ocupação. “Após o despejo do hotel Brisa Mar, na Atalaia, ocupamos o Galpão no Siqueira. Eram 200 famílias dividindo o mesmo teto, cada uma fez suas divisórias com lona e madeira. Começava às 6h a fila pra usar os dois únicos banheiros. Meu maior medo era que houvesse uma explosão por conta dos botijões de gás”, conta.

Apesar das dificuldades, ela sente saudade do galpão. “Moramos lá por quatro anos. Nossa união era forte, mesmo sendo tão duro, nossas festas eram divertidas”. Ela sabe que a luta não acaba após a conquista e com a moradia surgem outras prioridades. “Agora a luta é por ponto de ônibus, escola, creche e posto no conjunto. Não esquecemos dos que ainda estão batalhando para conseguir sua casa e nos somamos à luta deles também”, afirma.

Além da moradia, o Motu também proporciona empoderamento para as mulheres. Através dele, Dona Valdete participou da Marcha Mundial das Mulheres. Nela, passou a compreender a importância da sua luta e como é detentora de direitos. “Na marcha, vi de perto que não podemos baixar a cabeça, devemos estar unidas e lutar juntas”. Hoje, o Motu conta com muitas coordenadoras. Dejanilde Santos, integrante do movimento, relata que “havia muita resistência à nossa liderança, mas construímos confiança e estimulamos as mulheres a se somarem à luta, mesmo que os companheiros queiram proibir, a gente faz trabalho de base e explica a necessidade. Agora somos ouvidas”.

Engajar-se num movimento social é para ela aprender e crescer todos os dias. “Antes do movimento tinha uma revolta, mas não sabia me expressar ou como poderia melhorar a sociedade. Agora sei que só há mudança com organização e resistência. Ninguém me dá nada se eu não lutar coletivamente”, diz Dejanilde. No mesmo tom, a coordenadora do movimento, Dalva Angélica fala que “aprendeu a ter paciência, dialogar com as pessoas e que a organização popular é a maneira mais legítima para que o povo conquiste os seus direitos”.

O sentimento de pertença ao Motu é uma das expressões recorrentes entre seus militantes. “Tenho amor e respeito pela bandeira e muita honra em erguê-la. Sei o significado na minha vida e disse a minha filha 'essa camisa muito nos orgulha, através da luta popular conquistamos nossa casa, sem o Motu como estaríamos?”, questiona Valdete.
Com a voz trêmula e os olhos marejados, Dona Valdete diz que chorou ao receber a chave de sua casa e que sua maior emoção foi quando recebeu a conta de energia com seu nome escrito: Valdete de Souza e o valor R$ 13,00. “Ali tive a certeza: tenho uma casa”, concluiu.


Este conteúdo foi originalmente publicado na versão impressa (Edição 0) da Expressão Sergipana. Confira a edição completa

Editado por: Erick Feitosa
Tags: moradia
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