Rio de Janeiro

Educação

Carolina de Jesus dá nome a Biblioteca Popular no Centro do Rio

Objetivo do espaço é contribuir para a formação de trabalhadores e trabalhadoras que passam pela região

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
A Biblioteca Popular Carolina de Jesus ficará aberta de segunda a sexta-feira, das 13h às 18h
A Biblioteca Popular Carolina de Jesus ficará aberta de segunda a sexta-feira, das 13h às 18h - Arquivo

Na última semana, o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) inaugurou a Biblioteca Popular Carolina de Jesus, que passa a funcionar no Espaço Gramsci, localizado na Cinelândia. O local é pequeno, mas o objetivo é grande: contribuir para a formação de trabalhadores e trabalhadoras que passam pelo Centro do Rio de Janeiro. O acervo ainda está sendo montado. Por enquanto, os livros podem ser consultados no próprio local, de segunda a sexta-feira, das 13h às 18h.  

A Biblioteca foi inaugurada com um debate de lançamento do livro “A Revolução do Haiti e o Brasil escravocrata: o que não deve ser dito”. O autor é o jornalista e historiador Marco Morel. Na obra, ele apresenta a importância desse acontecimento histórico para o continente e investiga como foi a recepção no Brasil, graças à pesquisa em jornais da época, em arquivos de polícia e outros documentos.

Por que Carolina Maria de Jesus?

A escritora Carolina Maria de Jesus (1914-1977) nasceu em uma comunidade rural no interior de Minas Gerais. Anos mais tarde, mudou-se para a favela do Canindé, em São Paulo. Tornou-se catadora para sobreviver. Nos cadernos que encontrava no lixo, passou a registrar seu cotidiano e a anotar seus sonhos e suas reflexões, principalmente sobre as injustiças e as desigualdades sociais. Foi assim que se descobriu e revelou-se escritora. Sua obra "Quarto de despejo: diário de uma favelada (1960)" é uma pérola da literatura brasileira. Apesar disso, durante muito tempo ficou desconhecida por grande parte do público brasileiro.

A escolha de seu nome para batizar a Biblioteca do Núcleo Piratininga tem a ver com o propósito da instituição, que é incentivar que os trabalhadores falem e divulguem sobre seu dia a dia. Carolina de Jesus foi exatamente uma dessas vozes, sabendo aliar denúncia e poesia. Além do livro já citado, ela também publicou Casa de alvenaria (1961), Pedaços de fome (1963) e, postumamente, Diário de Bitita (1982), dentre outras obras.

A ideia é que nesse espaço ocorram debates, lançamentos de livros, rodas de leitura e diversas outras atividades. A Biblioteca Popular Carolina de Jesus fica na rua Alcindo Guanabara, 17, térreo, Cinelândia – fundos do prédio que fica ao lado do Teatro Dulcina.

Edição: Mariana Pitasse