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Início Bem viver Cultura

INTERIOR

Em fevereiro, Pernambuco é carnaval de ponta a ponta

Festas tradicionais e cultura popular atraem pessoas para cidades do interior do estado.

07.fev.2018 às 05h00
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h41
Petrolina (PE)
Vanessa Gonzaga
As máscaras usadas pelos Caretas não trazem sorrisos, mas certamente são eles que trazem a alegria do carnaval

As máscaras usadas pelos Caretas não trazem sorrisos, mas certamente são eles que trazem a alegria do carnaval - Cultura PE

Dizem que no Brasil o ano só começa depois do Carnaval. A semana de alegria e cores já tem destinos consagrados em todo o Brasil, como o Rio de Janeiro, Salvador e a dobradinha pernambucana em Recife e Olinda. Mas, o que nem tanta gente sabe é que no interior de Pernambuco existem opções pra curtir a folia conhecendo a história e cultura do estado e com valores abaixo dos custos nas capitais. 

Triunfo

A cidade de Triunfo, no sertão do Pajeú é um cidade pequena, com cerca de 16 mil habitantes e já conhecia como o Oásis do Sertão. Contrariando o clima local, sua latitude de 1.010 m do nível do mar a consagra como um dos pontos mais altos do estado, o que garante temperaturas amenas até mesmo no verão. Na semana do carnaval, a cidade se transforma e vira pólo cultural para os municípios de Serra Talhada, Santa Cruz da Baixa Verde, Calumbi e outros próximos.

As ladeiras de paralelepípedo e as casas construidas no estilo colonial recebem cerca de 100 mil pessoas durante a festa, que reúne diversos pólos culturais para diferentes públicos. Bruna Florie é triunfense e depois de cinco anos morando no Recife volta a cidade natal para curtir o Carnaval “Estou bastante animada porque passei cinco anos fora e esse ano decidi ficar por aqui. O Carnaval de Triunfo tem uma raiz bastante popular e a programação contempla isso, mas também agrada quem gosta de outros ritmos com os pólos com atrações mais midiáticas e também a programação infantil”. Mesmo com a diversidade, os turistas vão a Triunfo em busca de uma figura típica do Carnaval da cidade, os Caretas. 

A figura existe há quase 100 anos. As máscaras usadas pelos personagens não trazem sorrisos, mas certamente são eles que trazem a alegria do carnaval para cidade com suas trecas, nome dado a um grupo de caretas que saem juntos. A brincadeira tem origem no Natal, quando dois Mateus de um reisado beberam demais e foram proibidos de participar do festejo. Como um modo de vingança, vestiram um paletó, amarraram retalhos de tecido no chapéu de palha, usaram máscaras e saíram pelas ruas fazendo barulho com chocalhos e chicotes. 

Hoje o traje é bem mais elaborado e colorido. Cada careta precisa fazer sua própria máscara e roupas, já que se ele encomenda a o serviço a alguém pode ser identificado, o que acabaria com o mistério da brincadeira. O traje consiste na máscara feita de jornal e cola grude, o chapéu cheio de fitas longas coloridas, camadas de roupa para dificultar a identificação do careta e uma tabuleta de madeira com uma frase escolhida pelo personagem e chocalhos. O chicote é um elemento á parte. Antigamente feito de couro, hoje é de corda, mas isso não atrapalha o desempenho do instrumento, que quando estala é possível ouvir a muitos metros de distância um estampido que se assemelha com um tiro e anuncia a chegada das trecas de caretas. 

Por muito tempo apenas os homens podiam ser caretas. As mulheres, inconformadas com a regra criaram também uma forma de brincar o Carnaval. Fizeram máscaras de careta e vestiram roupas de idosas, meia calça e chinelo de couro. As Veinhas, como foram batizadas pela cidade, circulam pelas ruas de Triunfo com sua bengala pedindo esmola e ajuda. Hoje, os papéis de gênero são menos rígidos: Mulheres participam das trecas e homens se vestem de veinhas. O importante aqui é manter o mistério e a alegria do carnaval. 

Pesqueira

A cidade fica no agreste pernambucano, a 215 km do Recife. Conhecida como a “Terra da graça, do doce e da renda” é a maior reduto indígena do nordeste, com 24 aldeias e cerca de 10 mil indígenas. É lá que uma das lendas do folclore brasileiro vira personagem principal do Carnaval. A Caipora, uma lenda popular, é uma figura noturna que assusta os caçadores quando a noite cai. Para que se distraiam, os caçadores colocavam cachaça e fumo no tronco das árvores como uma forma de oferta. A história sombria há 56 anos deu lugar a folia e ao personagem mais famoso do Carnaval da cidade. 

O primeiro grupo de caiporas surgiu numa mesa de bar. João Justino de Melo, criador oficial da fantasia e mais quatro amigos se fantasiaram com paletó e saco de estopa na cabeça para brincar o carnaval cantando “No carnaval dos caiporas eu vou me esbaldar. Não vejo, não vejo a hora do frevo começar”. Os homens casados se fantasiavam de caipora e os solteiros de outro personagem, a Bicha Maga. Poucos anos depois a brincadeira sumiu do Carnaval, com a morte de João e seus amigos e o boato de que a morte era certa para quem brincasse de Caipora no Carnaval. A viúva de João, Helena Rodrigues de Melo é quem cuida hoje da tradição.  São cerca de 30 caretas registrados na cidade, mas na semana da folia o número se multiplica. Guilherme Araújo, 24, nasceu em Pesqueira e conhece a tradição das Caiporas desde criança “A cidade respira Carnaval desde que eu sou criança, então sou muito acostumado a acordar nas manhãs de carnaval com as caiporas, grupos de frevo, brincadeiras e os blocos circulando nos bairros em direção á praça.”

A fantasia hoje é bem mais elaborada. O tênis é obrigatório. A calça é colorida e feita de cetim, contrastando com o paletó que é amarrado na cintura. O saco de estopa vai da cabeça até a cintura, criando a ilusão de que as caiporas são seres pequenos e com uma grande cabeça quadrada. O rosto de saco, pintado com cores fortes é uma alusão ao rosto do diabo. Assim como os Caretas em Triunfo, a brincadeira também guarda o mistério da identidade dos caiporas, que também não pode ser revelada.  

Em 2016, as Caiporas, assim como o Samba de Coco, o Xaxado e os Papangus de Bezerros foram registradas como Patrimônio Imaterial de Pernambuco pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC). O registro é importante para a manutenção da tradição, mas não passa de mera formalidade para o povo de pesqueira, que sabe bem como ensinar a tradição de geração a geração. 

Editado por: Monyse Ravena
Tags: carnaval
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