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FESTEJOS

Já é carnaval, cidade! E qual é o seu bloco?

Mercantilização da festa e resistência popular são parte das contradições do carnaval de Salvador

01.fev.2020 às 18h42
Salvador (BA)
Carolina Guimaraes
O bloco afro Didá é formando inteiramente por mulheres e possue cerca de 3.000 associadas.

O bloco afro Didá é formando inteiramente por mulheres e possue cerca de 3.000 associadas. - Reprodução

Para baianos e baianas não há controvérsia: o carnaval de Salvador é a maior festa de rua do mundo. Durante os seis (sim, seis) dias oficiais de folia, blocos de trio convivem com a pipoca – cada vez mais espremida pelos camarotes nos circuitos mais famosos – estrelas disputam qual a música mais tocada enquanto cordeiros, ambulantes e catadores de latinhas buscam formas alternativas de renda, tudo isso em meio à euforia popular. É uma festa que expõe o melhor e o pior da capital baiana.
“Não dá para imaginar que o carnaval pudesse ser algo diferente do que é essa cidade. Então as pessoas olham para o Carnaval e acham um absurdo o racismo e a diferença de classes, mas isso é a cidade. O que o Carnaval faz é expressar de forma amplificada todas as mazelas”, explica o professor e pesquisador do carnaval e festas populares Paulo César Miguez. No dia 05 de fevereiro, Miguez, que também é vice-reitor da Universidade Federal da Bahia, bateu um papo sobre a festa em evento promovido pelo Velho Espanha Bar, tradicional espaço no bairro dos Barris em Salvador. carnavalesco assumido, o professor destacou o caráter rebelde da festividade: “aqui [no Brasil] a festa cumpre um papel extremamente importante: fazer a festa aqui era resistir ao horror da escravidão. Quando um escravo dançava ele estava desafiando a lógica mesma da escravidão, porque ele estava tomando de volta a posse do seu corpo que, quando não estava na festa, era voltado ao trabalho. Então fazer a festa era roubar tempo ao trabalho, era se insurgir contra a escravidão. E a festa nunca deixou de ser um espaço de resistência das culturas populares do nosso país”.

We are carnaval

Não há porém, como negar, que a dimensão popular do carnaval é resistência justamente pelo fato dessa manifestação cultural sofrer imensa mercantilização. Segundo Miguez, embora este não seja um fenômeno recente, ele foi potencializado pela consolidação do trio elétrico e a captura dos blocos de trio por setores empresariais. “[o carnaval] pouco a pouco, foi capturado por uma lógica de cultura de massa, que é esse modelo que a gente tem: um carnaval mais transformado num fenômeno midiático, que vai produzindo uma economia da festa e uma articulação dela com outras, como a economia do turismo, do show business, do entretenimento, tornando-a muito vigorosa e apresenta números bem expressivos”. 
Os números oficiais, porém, devem ser vistos com cautela, em razão da disputa por visibilidade e patrocínios próprias do modelo atual da festa. No ano passado, o Ministério do Turismo divulgou que ocupação hoteleira em Salvador no período da folia chegou a 95%; a Secretaria do Turismo da Bahia apontou que a cidade recebeu 600 mil turistas e foram injetados cerca de R$ 1,5 bilhão na economia do Estado. Apesar disso, há setores falando em crise. Miguez discorda: “O carnaval não está em crise, o que está em crise é o modelo de negócios, que foi desenhado a partir da empresarialização dos blocos. E o bloco é um equipamento muito caro de manter”. Essa dificuldade tem se materializado em ausência de alguns blocos de trio nos tradicionais circuitos Dodô (Barra-Ondina) e Osmar (Campo Grande/Avenida). 

Nordeste eu Sou
Além do Dodô e Osmar, Salvador ainda tem outros cinco circuitos alternativos, entre eles, o circuito Mestre Bimba, que comporta o carnaval do Nordeste de Amaralina, bairro popular da cidade. Apesar de já existir, como iniciativa da comunidade, há 14 anos, o carnaval só foi oficializado pela prefeitura em 2016. Hoje, desfilam nele 70 blocos que se revezam em quatro trios cedidos pela Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa) e pela Prefeitura de Salvador. O apoio e fomento à festa, porém, não tem sido adequado. É o que diz o morador Jefferson Borges, que faz parte do coletivo de comunicadores que constrói o site Nordesteeusou, uma iniciativa com o objetivo de desconstruir a imagem de violência muitas vezes associada ao bairro. “A gente cobre o carnaval do Nordeste há sete anos. O carnaval cresce a cada ano e os recursos públicos não vêm. Ele é um circuito oficial onde não tem o investimento da prefeitura em termos de infraestrutura”, diz Jefferson. Faltam, por exemplo banheiros químicos e organização da saída dos blocos, o que gera desconforto e atrasos. Ainda assim, a festa resiste e movimenta a economia do bairro “Fizemos uma reunião e foram mais de 700 ambulantes cadastrados para vender, então movimenta a renda local”.


Raiz da liberdade 
Outra característica fundamental do carnaval de Salvador são os blocos afro. Entre os mais conhecidos estão o Ilê Aiyê, Olodum e o Afoxé Filhos de Gandhy. Porém, há um outro que se destaca da multidão: o bloco afro Didá. A banda, formada inteiramente por mulheres, nasceu em 1993 e estreou no carnaval em 1994. Esse ano, desfiam com uma banda de 80 mulheres no chão e mais 15 em cima do trio e possue cerca de 3.000 associadas. A fantasia não é comercializada. “A pessoa interessada, em grande parte, já tem algum vínculo com a Didá, já são associadas ao bloco há muitos anos”, conta a diretora de projetos da banda Víviam Caroline, “elas atualizam o cadastro de forma gratuita. Na troca da fantasia, existe uma campanha que a gente chama de Caravana Cultural Produtiva e Solidária. Aí é onde entra a doação dos alimentos e utensílios de limpeza que são arrecadados e compartilhados no Dia Internacional da Mulher, 08 de março. A gente sempre prefere doar para creches e abrigos de idosos. O carnaval da Didá só termina nesse dia”. 
Como a maioria dos blocos afro, a Didá enfrenta restrições orçamentárias: “Esse ano a gente só conseguiu apoio do [edital] Ouro Negro e da Bahiagás. É um apoio importante, mas ele é insuficiente”, diz Víviam. Ela destaca a relevância do projeto Didá, tanto por ser a única banda 100% feminina, incluindo também a gestão e equipe de apoio, quanto pelo trabalho social que realiza. “A gente faz um trabalho de inclusão, um trabalho de disputa e afirmação para além do carnaval. Temos também um protagonismo na criação de um mercado musical percussivo para mulher, que não existia até o surgimento da Didá. Por outro lado, a gente sente que o nosso trabalho está começando, ele é continuo e precisa de mais apoio”. Como forma de se manter dentro do orçamento disponível, o bloco faz ajustes no seu tamanho. Mas deixar de desfilar nem passa pela cabeça delas. “A gente não dá essa ousadia não! Fica muito um nó na garganta porque a gente sabe da nossa potencialidade. Mas a gente não passa vergonha também, tem muita criatividade e muito amor, sobretudo, muito compromisso das mulheres e paixão pelo bloco”. 
 

Editado por: Elen Carvalho
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