Luta

Mesmo sem votação após intervenção, DF se mobiliza contra reforma da Previdência

Ato percorreu a Esplanada dos Ministérios desde o Museu Nacional até o Congresso

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Ato teve início em frente ao Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios.
Ato teve início em frente ao Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios. - Brasil de Fato

Repetindo o ocorrido em outras unidades da Federação, nesta segunda-feira (19), Brasília (DF) foi marcada por um protesto contra a chamada reforma da Previdência.

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As ações ocorreram mesmo sem a votação da medida na Câmara dos Deputados, que não ocorreu por conta do decreto de intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, assinado pelo presidente golpista Michel Temer (MDB) na sexta-feira (16). A pauta também foi alvo das críticas de sindicatos e movimentos populares. 

Estiveram no ato, que percorreu a Esplanada dos Ministérios desde o Museu Nacional até o Congresso, organizações integrantes da Frente Brasil Popular, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e da Frente Povo Sem Medo, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Segundo os organizadores, cinco mil pessoas compareceram ao protesto. 

Rodrigo Rodrigues, secretário-geral da CUT-DF, explica os motivos que levaram à manutenção da mobilização contra as alterações nas regras da aposentadoria. “O nosso ato também tem a defesa da democracia como mote. A intervenção que vai ser votada hoje [segunda] é um atentado à democracia brasileira. Pode ser apenas uma cortina de fumaça para acobertar não ter reunido os votos suficientes para a reforma da Previdência. [Mas] nós não podemos brincar com governo golpista”, diz. 

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Durante a realização da manifestação, iniciada às 17h, o governo anunciou que a votação, em meio a incerteza sobre a possibilidade de suspensão da intervenção, não deve ocorrer pelo menos até as eleições. 

Entre a população de Brasília, o repúdio à reforma da Previdência segue o padrão do resto do país. Em relação à intervenção federal, apesar do reconhecimento da situação vivida pelo Rio, há também dúvidas sobre a eficiência da medida. Esta é a opinião, por exemplo, da lojista Jaciara Alves.  “Não concordo com várias coisas. A intervenção, inclusive. É uma justificativa para não acontecer a votação [da Reforma]. Essa forma de agir acaba gerando uma guerra”, afirma. 

Mais cedo, por volta das 15h, um coletivo de mulheres aproveitou o dia nacional de mobilizações para se reunir em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo, segundo as organizadoras, era o de denunciar a perseguição judicial sofrida por Luiz Inácio Lula da Silva. A ideia, inspirada nas Avós da Praça de Maio na Argentina, é que a reunião ocorra semanalmente a partir desta segunda-feira.
 

Edição: Simone Freire