Eleições

Doria descumpre promessa e deixará prefeitura antes de terminar mandato

Se passar nas prévias, prefeito deve deixar a gestão municipal até 7 de abril

São Paulo (SP) |
Em setembro de 2016, durante a campanha eleitoral, Doria assinou uma carta se comprometendo a ficar os quatro anos na prefeitura.
Em setembro de 2016, durante a campanha eleitoral, Doria assinou uma carta se comprometendo a ficar os quatro anos na prefeitura. - Agência Brasil

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), confirmou na noite desta segunda-feira (12) que é pré-candidato ao governo do Estado e vai concorrer, no próximo domingo (18), da prévia para definir o candidato do PSDB. Um ano e dois meses após assumir o cargo, Doria descumpre a promessa de permanecer até o fim de seu mandato. Ele deve deixar a cadeira até o dia 7 de abril. 

Em setembro de 2016, durante a campanha eleitoral, Doria assinou uma carta se comprometendo a ficar os quatro anos na prefeitura (confira abaixo). No documento elaborado pelo Catraca Livre o atual prefeito dizia que não concorreria a nenhum outro cargo.

A promessa do tucano se repetiu mais três vezes. Ainda no mesmo mês em que assinou a carta de comprometimento, entrevista ao G1, Doria reafirmou o compromisso. "Tenho respondido essa pergunta todo dia, até por essa situação passada", afirmou, referindo-se ao seu companheiro de PSDB José Serra, que em 2006, mesmo tendo firmado compromisso em cartório, renunciou à prefeitura para se candidatar a governador. "Eu sou candidato a prefeito. Vou disputar a prefeitura. E serei prefeito pelos quatro anos", disse Doria ao portal da Globo.

Mas logo após assumir a prefeitura,  seu discurso começou a mudar. Em 17 de março, durante entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, no SBT, manteve o compromisso, mas deixou a dúvida no ar ao dizer que "nada na vida é irreversível." 

A declaração, que reacendeu a polêmica, fez o prefeito negar novamente, em abril, que disputaria novas eleições antes do fim de seu mandato. "Eu fui eleito para ser prefeito da cidade de São Paulo. É o que estou fazendo. É 'prefeitar'. Eu fui eleito para quatro anos. Eu vou cumprir esse mandato. É isso."

A quarta vez em que refez a promessa foi em dezembro do ano passado, após ver seu nome despencar nas pesquisas eleitorais para a Presidência da República, por conta de episódios como o da ração humana e de uma sucessão de viagens para o exterior. "Eu nunca me apresentei como candidato, nunca fiz discurso, nunca assimilei, nunca escrevi, nunca mencionei. As pessoas que falaram isso. Eu continuo fazendo aquilo para o qual fui eleito: ser prefeito de São Paulo. Vou cumprir o meu mandato, integralmente, como prefeito da maior cidade brasileira".

O prefeito também reafirmou o compromisso à Rede TV, revista IstoÉ, ao Estado de S. Paulo e à rádio Jovem Pan. "Fui eleito para ser prefeito e vou prefeitar pelos quatro anos. Trabalhando em dobro como estamos fazendo, quatro anos vão significar oito, está muito bom", disse em palestra para associações de bairros nobres da cidade, no auditório do Museu Brasileiro da Escultura (Mube).

Além de Doria, estão na disputa pela indicação tucana à sucessão de Geraldo Alckmin o senador José Aníbal, o cientista político Luiz Felipe d’Ávila e o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro. 

 

 

Edição: Rede Brasil Atual