JORNADA DE LUTAS

Opinião | Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prende

A frase de Rosa Luxemburgo nos provoca a buscar compreender os desafios dessa conjuntura e a necessidade da luta

Brasil de Fato | Recife (PE) |
No mês de março, as Mulheres Sem Terra realizam uma jornada contra as privatizações, em defesa do Rio São Francisco e da CHESF.
No mês de março, as Mulheres Sem Terra realizam uma jornada contra as privatizações, em defesa do Rio São Francisco e da CHESF. - MST

Em tempos de aprofundamento do golpe, com ataque direto aos direitos já conquistados pela classe trabalhadora em nosso país, a perda de direitos das mulheres está combinada com o crescente índice da violência contra os nossos corpos e ameaças às nossas vidas, protagonizadas pelo capital e seu estruturante mais expressivo: o patriarcado.

Nesse sentido, no mês de março, as Mulheres Sem Terra realizam mais uma Jornada Nacional de Luta, com o lema: “Quem não se movimenta, não sente as correntes que a prendem”, convocando toda a nossa organização para seguirmos despertando nossa ousadia revolucionária de sermos críticas da nossa prática e ousadas na ação política organizativa. A reflexão feita por Rosa Luxemburgo nos provoca a buscar compreender os desafios dessa conjuntura e apontar para a necessidade da luta permanente em unidade combativa com os demais movimentos sociais.

Assim a construção da Jornada em Pernambuco passa pela unidade da Via Campesina e do Campo Unitário na construção de lutas massivas, ocupações de terras e mobilizações nos municípios contra a violência, contra as privatizações, contra as empresas sonegadoras da previdência e, contra a privatização da água, sob o lema: Mulheres em Luta, contra as privatizações, em defesa do Rio São Francisco e da Chesf.
 Para nós mulheres camponesas, a luta popular poderá reverter o avanço do capital sobre setores que deveriam ser controlados pelo poder público, como a produção de energia, e águas, pois além de privatizar a água para a produção de energia, há um forte interesse das grandes empresas, como Nestlé e Coca-Cola, entre outras multinacionais, pondo em risco a sobrevivência das fontes sendo uma ameaça a soberania nacional.

Em tempo de intensificação golpe no Brasil e da apropriação do capital de nossa condição humana, entendemos que é preciso estarmos todas despertas, denunciando e combatendo todas as formas de violência do capital, suas formas de privatização de terra, da água, das sementes, dos alimentos e da nossa vida.

Nossa tarefa é ampla nesse rio caudaloso da história. É preciso ter a ousadia poética de nos refazer, de compreender a urgente necessidade de avançarmos na organização das mulheres e homens para derrotarmos o capital.

Afirmamos, portanto que, em 2018, nós mulheres Sem Terra, que amamos a revolução, resistiremos!

Muitos marços de luta virão, até que todas sejamos livres!

Edição: Monyse Ravenna