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Ministério Público apura se a empresa Cambridge Analytica usou dados de internautas

Dados de brasileiros podem ter sido usados para construção de perfis falsos

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Nos EUA os dados dos internautas foram usados para predizer comportamentos políticos, crenças e religiões
Nos EUA os dados dos internautas foram usados para predizer comportamentos políticos, crenças e religiões - Pixabay

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)  instaurou inquérito para investigar se a empresa inglesa Cambridge Analytica usa, de forma ilegal, dados pessoais de brasileiros para a construção de perfis psicográficos.

A companhia foi responsável pelo vazamento de informações de mais de 50 milhões de usuários do Facebook. Os dados foram usados na disputa política à presidência dos Estados Unidos.

O Ministério Público quer saber se a empresa age de forma parecida no Brasil e se pode usar informações de internautas para predizer crenças políticas e religiosas, orientação sexual, cor da pele e comportamento político.

De acordo com a Comissão de Proteção dos Dados Pessoais do Ministério Público, é importante fazer essa investigação em ano eleitoral. Segundo o órgão, o consumidor tem direito de saber como suas informações serão usadas, já que a reforma política autorizou o impulsionamento de conteúdo em redes sociais. Assim, baseado nos perfis dos usuários, os candidatos poderiam direcionar as publicidades em busca de votos.

A ação da empresa inglesa ganhou repercussão após notícias de que a companhia teria comprado dados de usuários do Facebook que fizeram um teste de personalidade e concordaram em ter os dados coletados para uso acadêmico. Mas a empresa teria usado as informações para catalogar o perfil das pessoas e direcionar materiais a favor de Donald Trump e contrários a Hillary Clinton.

A Cambridge Analytica atua no Brasil desde o ano passado em parceria com a empresa de consultoria A Ponte Estratégia Planejamento e Pesquisa Limitada.

Edição: Redação