Caravana

Manuela e Boulos se unem a Lula em Curitiba contra o fascismo

Atividade de encerramento da Caravana Lula pelo Brasil - etapa Sul - se tornou um ato suprapartidário

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

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Manuela D'Ávila, Lula e Guilherme Boulos, juntos em ato em Curitiba (PR), nesta quarta-feira (28)
Manuela D'Ávila, Lula e Guilherme Boulos, juntos em ato em Curitiba (PR), nesta quarta-feira (28) - Ricardo Stuckert

A atividade de encerramento da Caravana Lula pelo Brasil - etapa sul - em Curitiba se transformou em um ato em defesa da democracia e contra o fascismo revelado pela extrema direita brasileira durante a passagem do ex-presidente Lula pela região sul do país.

Além da ex-presidenta Dilma Rousseff e de outras lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT), estiveram presentes os senadores Roberto Requião (MDB), João Capiberibe (PSB), e dois pré-candidatos às eleições presidenciais: Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D’Ávila (PCdoB). 

O dirigente do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) defendeu a criação de uma frente política para combater a escalada fascista no Brasil. “Nós viemos aqui, presidente Lula, trazer a nossa mais sincera solidariedade a você, à militância do PT, à militância que acompanhou a caravana contra as agressões covardes e criminosas que os fascistas fizeram. Por isso, Lula, Manuela, eu acho que já passou da hora da gente sentar para formar uma frente democrática para enfrentar o fascismo. Com o fascismo não se brinca. Com o fascismo não se conversa. O fascismo se combate”, alerta.

Já a pré-candidata comunista, Manuela D’Ávila, defendeu o direito de Lula ser candidato a presidente. “Eu, enquanto candidata do Partido Comunista do Brasil, tenho por diversas vezes lhe encontrado na caravana, porque nós compreendemos que defender o seu direito de ser candidato e o direito soberano de que o povo escolha o seu próximo presidente nas próximas eleições, não é tarefa só dos petistas ou dos lulistas, mas daqueles que defendem a democracia”, acredita.

Em um momento do ato, que reuniu cerca de 15 mil pessoas na praça Santos Andrade, no centro da capital paranaense, subiu ao palco a jovem estudante de Direito pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e membro da Comunidade Quilombola Invernada Paiol de Telha, Isabela Cruz, que deu um depoimento emocionado ao ex-presidente: “Eu cresci vendo sua foto na televisão e depois a da presidenta Dilma, que tem todo o meu respeito. Porque meu pai me ensinou a fazer política. E meu pai dizia assim: nunca antes nesse país o povo preto e pobre teve vez”.

Compromisso

Lula destacou em seu discurso os momentos mais significativos da caravana que percorreu mais de três mil quilômetros dos três estados da região sul, visitando um total de 20 cidades. Frente ao ataque armado sofrido pelo comboio na última terça-feira (27), o presidente ‘deu nome aos bois’, e responsabilizou os meios de comunicação privados pela campanha de ódio criada a partir do golpe em 2016. 

“Eu só queria dizer  pra vocês que isso tem responsabilidade. Eu queria aproveitar que eu tô vendo a imprensa aqui e dizer que a imprensa foi conivente com isso o tempo inteiro. O culpado desse ódio no Brasil chama-se Rede Globo de Televisão”, afirmou o ex-presidente que ouviu do público “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”.

Lula ainda reafirmou promessas que vem fazendo durante a passagem da caravana pelas cidades sulistas, como a isenção de imposto de renda para trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos e a federalização do ensino médio, além da anulação das medidas do governo golpista por meio de uma consulta popular. “É um compromisso que eu tenho com vocês, que na hora que a gente ganhar as eleições eu vou convocar um referendo revogatório ou convocar uma constituinte nova”, anuncia.   

Nos próximos meses o ex-presidente pretende reeditar as quatro caravanas realizadas até o momento e visitar as regiões norte e centro-oeste.
 

Edição: Nina Fideles